1. O poema
apresenta uma única estrofe, composta por quinze versos. Apesar disso, é
possível perceber nele divisões internas baseadas em paralelismos (relações de
semelhança). Uma divisão possível é considerá-lo organizado em duas partes,
cada uma contendo dois blocos:
1ª parte bloco 1: versos 1 a 4 -
bloco 2: versos 5 a 8
2ª parte bloco 3: versos 8 a 11 -
bloco 4: versos 12 a 15
a)
Compare a 1ª com a 2ª parte. É possível notar a ocorrência de paralelismo entre
blocos de versos das duas partes. Quais são esses blocos e versos? (Se quiser,
faça um esquema em seu caderno: numere os versos e indique as correspondências
com setas.)
b) De um
bloco para outro, há a recriação de versos e palavras, feita a partir de determinado processo de formação de palavras.
Qual é esse processo? derivação prefixal
c) Que
elementos mórficos tiveram papel de destaque nesse processo de formação de
palavras? Os prefixos re (na 1ª parte) e des (na 2ª parte).
2. Além da
correspondência entre as duas grandes partes do texto, é possível notar uma
correspondência entre os blocos de cada parte. Compare os dois blocos da 1ª parte.
Dois pares de palavras se correspondem, como nasce ➝ renasce, morre ➝ remorre.
a) Que
tipo de relação há entre esses pares de palavras? Elas estão em oposição.
b) Essa
relação é estabelecida pelo emprego do prefixo re-, que, entre outros,
apresenta estes sentidos: repetição, mudança de estado e intensidade. Que
sentido(s) o prefixo re- assume no texto?
O 1º bloco
tem paralelismo com o 3º, assim como o 2º tem com o 4º.
Repetição
e mudança de estado.
c) Com
esse prefixo, foram formadas as palavras remorre e renasce. Qual
dessas palavras causa estranhamento? Por quê? Remorre; porque, ao contrário de
renasce, ela não é usada nem mesmo em sentido metafórico.
d) Você
acha que, durante a vida de uma pessoa, pode haver várias mortes e vários
nascimentos? Em que eles consistiriam? Justifique sua resposta.
3. Observe
agora a 2ª parte do texto.
a) Os
dois blocos que a constituem também mantêm correspondência entre si? Explique.
b) O
prefixo des- pode apresentar vários sentidos, como separação,
transformação, intensidade, ação contrária, negação, privação e reiteração. Que
sentido(s) ele assume no texto?
c) Que
palavras formadas a partir do prefixo causam estranhamento? Por quê? Tanto
desnasce quanto desmorre
causam
estranhamento, pois não são formas empregadas na língua corrente.
4. Embora nascer
e morrer estejam em oposição, a prefixação e os neologismos tornam
relativa essa oposição.
a) O que
significa desnascer e desmorrer? Morrer e nascer,
respectivamente.
b)
Observe o 13º verso do poema: Que outra palavra, além de nasce e morre,
se encontra no neologismo morrenasce? renasce
5. Traçando
um movimento circular, o poema termina como começa, ou seja, com a palavra se.
Essa palavra assume dois sentidos e dois valores gramaticais no poema. Um deles
é o de índice de indeterminação do sujeito (nasce-se, morre-se, etc.), que
indetermina e generaliza o sujeito dos verbos, isto é, dá a idéia de que esse
sujeito se refere a todos nós, que inevitavelmente nascemos e morremos.
a) Que
outro sentido essa palavra assume no contexto? Justifique.
b) A
palavra se inicia e encerra o poema. Que relação esse procedimento tem
com o tema do texto?
6. Observe agora o texto como figura, como imagem.
a)
Perceba que ele faz um movimento de expansão — os versos iniciam-se
curtos e passam a longos — e, em seguida, de contração — os versos
voltam a ser
curtos.
Qual é a relação entre esse movimento e o tema do texto?
b) Observe
as linhas geométricas formadas a partir da disposição formal do poema.
Note que
a forma do texto lembra pelo menos três elementos: uma cruz, uma estrela e um
cata-vento. Considerando os sentidos que cada um deles tem em nossa cultura,
relacione-os com as idéias gerais do poema e indique as afirmativas
verdadeiras:
• A cruz
se associa à morte, mas também pode significar vida se tomarmos o significado
que esse símbolo tem no cristianismo. A estrela relaciona-se ao nascimento, à
vida.
• A cruz
se associa à idéia de nascimento, e a estrela, à idéia de morte.
• O
cata-vento, visualmente, é uma mistura dos dois. Para girar, precisa puxar
(idéia de vida) e ao mesmo tempo expelir (idéia de morte) o ar.
• O
cata-vento, quando em movimento, torna-se um círculo, o que reforça a idéia de
circularidade do texto.
7. Sintetizando
esse estudo, responda: O que é, afinal, nascer e morrer na visão expressa pelo
poema?
se
nasce
morre
nasce
morre
nasce morre
renasce
remorre renasce
remorre
renasce
remorre
re re
desnasce
desmorre
desnasce
desmorre
desnasce desmorre
nascemorrenasce
morrenasce
morre
se
Sim, agora os pares apresentam semelhança semântica, embora os elementos de um dos blocos tenham prefixo, e os do outro, não. Por ex.: desnasce ➝ morre; desmorre desnasce ➝ morrenasce, etc.
Resposta pessoal. Esperamos que o aluno perceba que isso é possível, que cada um de nós está sempre se renovando. A cada fase, morremos para a velha e renascemos para a nova, mas levamos conosco a experiência.
Transformação, ação contrária.
O sentido
condicional (conjunção adverbial condicional): se algo ou alguém nasce, morre,
ou seja, morrer é uma conseqüência inevitável de viver.
Início e
fim se assemelham, da mesma forma que a morte representa o retorno ao ponto de
partida, ou seja, o fechamento do círculo da vida.
Assim é também o movimento da vida e da morte:
vida equivale a expansão e morte equivale a contração.
X
X
X
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno tenha percebido que, pelo enfoque do texto, nascer e morrer não se excluem; são o mesmo ponto no círculo da vida: o de partida e o de chegada. Além disso, no interior do círculo, nascemos e morremos muitas vezes.
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