Olimpíada de Língua Portuguesa: Escrevendo o futuro - 2014
Gênero textual: Memórias Literárias
Tema: O lugar
onde vivo
Professora: Rosane Hart
Todos os textos foram produzidos a partir de uma
entrevista com a Sra. Maria do Carmo F. Fábrica (Orientadora Educacional).
No entanto, os alunos poderiam fazer uso de sua
criatividade para transformar um uma entrevista em um texto de memórias literárias.
Foi um longo trabalho...
Os resultados foram maravilhosos... Confira!
Minhas memórias
Eu nasci no Rio de Janeiro, morei lá
até meus quatorze anos. Meu pai era militar, então tínhamos que nos mudar
frequentemente, não era fácil se acostumar em tão pouco tempo e já ter que
mudar de novo. Eu já tive que ir pra Vitória, Rio grande do Sul, algumas
cidades em Santa Catarina e, por último, em Florianópolis.
Nessas e outras idas conheci meu
marido – estamos juntos até hoje -, nos casamos e tivemos quatro filhas.
Quando nos casamos meu marido teve
uma promoção no emprego e nos mudamos para Florianópolis. Aqui as pessoas
tinham hábitos e jeitos diferentes de falar, elas eram mais reservadas e tinham
um linguajar “sujo”. Eu não era acostumada a ouvir ou falar aquelas palavras,
pelo menos não com tanta frequência.
A coisa mais importante para mim era
o relacionamento com as pessoas. Eu adorava falar com as pessoas, ter contato
com elas, e quando me mudei pra cá pelo fato das pessoas serem mais quietas, eu
levei um tempo para arranjar amigos.
Quando eu morava no Sul, lá era
muito frio, diferente do clima do Rio. No Rio havia calor, uma brisa quente, lá
havia praias, havia também a minha família e eu também me sentia mais em casa.
E no Sul havia uma brisa fria, mas
boa. Eu usava um poncho, ele era bem quente e fazia com que aquele frio se
quebrasse como se o poncho fosse uma barreira. O frio só batia no meu rosto.
Também havia um vazio que era a minha família longe de mim.
O Rio também me fazia lembrar da
minha infância, da época que eu brincava de escola e adorava “ensinar meus
brinquedos”. Passando da minha infância agora eu só tenho sonhos, quando me
aposentar eu quero comprar uma chácara, eu me imagino lá, brincando com meus
três cachorros, dando milho para as minhas galinhas, vendo os meus passarinhos
e andando com minha charrete.
Aluna: Maiara Luiza
Pedro D.
Turma: 801
Minha vida em
poucas linhas
Minha vida, nossa! Contar da minha vida!
Histórias e tudo mais.
Eu nasci no Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro! Cidade maravilhosa, clima muito bom. Morei lá até os
quinze anos, mas como meu pai era militar me mudava sempre.
Meu próximo destino?
Vitória. Vitória era um lugar de povo e clima encantador. Lugar de praias
lindas, quando eu ia para a praia, nossa! Tinha tanta vergonha, andar de
biquíni na frente de todos. Mas aos poucos, fui perdendo a vergonha, e se for
preciso hoje ando de biquíni sem nenhuma vergonha.
Depois de três anos voltei para o Rio, como
já era maior, tinha que trabalhar. Fui trabalhar no banco para pagar meus
estudos.
Foi no Rio de Janeiro que conheci meu marido.
Como meu pai, ele também era militar. Foi assim que fui parar no Sul. Morar no
Rio Grande do Sul. O lugarzinho frio, hein. Mas um lugar lindo. Eu colocava o
casaco do meu marido apenas para fazer uma coisa, e que coisa! Ir para a rua só
para sentir o vento Minuano batendo em mim. Oh! Coisa boa!
Logo depois me mudei para Florianópolis. Oh,
cidadezinha de pessoas que são difíceis de relacionar-se. E fui trabalhar na
escola José Boiteux.
Tenho quase sessenta anos e ainda lembro da
minha infância. Lembro que quando era criança eu brincava mais com os meninos,
era considerada uma moleca, pois subia em árvore, brincava de bola e andava de
carrinho de rolimã. Oh! Infância maravilhosa.
Sempre quis trabalhar na Assistência Social,
mas como em Vitória não tinha esse curso, fiz Pedagogia – Orientação
Educacional – e um sonho que tenho é que quando me aposentar gostaria de ser
voluntária.
De todas as minhas lembranças essas são as
principais. E que lembranças!
Aluna: Talita Helena da Silva
Turma: 802
Minhas andanças
Na minha infância eu
fazia muitas coisas. Eu era o que se pode dizer “arteira”. Eu adorava brincar
de enconde-esconde, pega-pega e outras brincadeiras com travessão no meio.
Gostava muito de futebol, apesar de ser menina. A bola era muito dura porque
era feita de couro puro. Acho que toda vez que eu chutava a bola eu ouvia um
mugido.
A
maior parte da minha infância ocorreu no Rio Grande do Sul e aquele friozinho
ainda gela os pensamentos que eu tenho daquele lugar. Ao contrário do lugar onde
nasci – Rio de Janeiro – que 20 graus é frio. Depois aos quinze anos me mudei
para Vitória. Depois me casei e fui para o Rio Grande do Sul.
No Rio Grande do Sul a
vida era bem mais difícil naquela época, pelo frio, pela comida. Por exemplo:
você acordava de manhã colhia o café, moía, pegava leite da vaca e vòila! Você tem um café! Aquele lugar está marcado em minha mente com
todas as outras lembranças.
Quando cheguei aqui na
escola José Boiteux, fui bem recebida pelo diretor Rubens – que trabalhava aqui
na época. Pela Fátima, pela Cleusa, pela Rosane ... entre outras. Aqui para mim
é um lar, não pelas coisas materiais, mas pelas amizades.
Meu sonho era trabalhar
voluntariamente em um hospital. Queria ter cachorros, mas moro em apartamento,
por isso não dá. E queria também ter uma mini fazendinha.
Aluno: Álvaro Luiz Hart Bremm
Turma: 701
Nasci, cresci e vou
continuar crescendo...
Nasci no Rio de Janeiro. Fui pro Espírito Santo. Fui morar no Rio Grande
do Sul e hoje estou aqui em Santa
Catarina.
Sou Orientadora em uma escola chamada José Boiteux, em Florianópolis
(SC).
As primeiras diferenças que eu
senti foram as mudanças do clima. Depois a diferença na fala das pessoas.
Também notei que as pessoas são mais afastadas umas das outras.
Quando eu era criança era muito bagunceira. Quando eu estudava, nós, os
alunos, chegávamos e cantávamos o Hino, depois íamos para a sala e ficávamos em
pé do lado da mesa para cumprimentar a professora ou professor. Os
respeitávamos acima de tudo.
Depois da aula eu e meus amigos brincávamos. Nossas brincadeiras eram
queimada, escorrega, garrafão e rolimã.
Eu tinha mais amigos do que amigas, mas nós nos respeitávamos. Existia um
grande laço de carinho e respeito entre eu e meus amigos. Nós fomos criados na
igreja católica.
Quando eu era moça, eu usava as roupas como todas as outras meninas.
Vulcabrás, calça boca de sino e
minissaia. AS roupas eram muito comportadas. Eu só tinha vergonha de
usar biquíni, mas com o tempo eu me acostumei.
Eu queria ser Assistente Social, mas como meu pai não deixou que eu
ficasse em outro estado para me formar, então eu optei em cursar Pedagogia e
ser Orientadora. Eu gosto de conversar com as pessoas. Sou uma pessoa muito
emotiva, chorona. Minha maior dificuldade em trabalhar na escola foi interagir
com as pessoas.
Meu sonho é morar em uma chácara, ter uma charrete e um cavalo, ter cães,
galinhas e alimentar pássaros. São sonhos simples, mas são sonhos...
Aluna: Thauane
Rodrigues
Turma: 702
Parabéns professora Rosane. Sua prática pedagógica, fruto de muita dedicação, entusiasmo e perseverança refletem o seu prestígio diante de toda comunidade escolar.
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