Ontem também morreu o cantor Nico Fagundes, notícia veiculada pelo JORNAL ZERO HORA de Porto Alegre e outras notícias tímidas espalhadas pela região Sul do país.
Ao contrário do jovem cantor Cristiano Araujo, tio Nico era um jovem senhor no frescor de seus 80 anos. A morte do primeiro aclamada e usada pela mídia para ter audiência, o segundo esquecido pela mesma mídia.
Fonte: G1
Biografia do "tio Nico".
O silenciamento e o apagamento da morte de um artista em detrimento de outro demonstra claramente a diferenciação entre o local e o global. A preferência ao entretenimento em detrimento à cultura regional. Assim ambos foram adjetivados.
No entanto, é incomparável o legado artístico deixado por um e outro.
Enquanto a música de Cristiano Araujo é efêmera, tio Nico criou raízes e lançou sementes.
Não plantou árvores, criou raízes, não teve filhos, teve descendentes e escreveu e pesquisou muito.
Formou-se em Direito, pós-graduado em História do Rio Grande do Sul, fez Mestrado em Antropologia Social (Fonte: Wikipedia) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
"Reconhecido na cultura gaúcha, premiado diversas vezes como poeta, novelista, compositor, autor e ator de teatro, televisão e cinema."
Sua música "Canto alegretense" virou um dos hinos do Rio Grande do Sul.
"O Canto Alegretense é uma conhecida canção escrita por Nico Fagundes e Bagre Fagundes em homenagem ao município de Alegrete, os autores a consideram de 1983, quando a tocaram a primeira vez em um programa televisivo chamado Galpão Crioulo.
A música foi interpretada por vários músicos, entre eles Alcione, que em um de seus shows teve que repeti-la 4 vezes como bis. , também foi interpretada por Sérgio Reis,Gabriel O Pensador, Michel Teló, e a banda Fresno. Sua melodia, foi tocada por Don Airey tecladista do Deep Purple em um show em Porto Alegre.
Os Fagundes chegaram a tocá-la também no museu do Louvre."
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Canto_Alegretense
Canto Alegretense
Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão
Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão.
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão.
Também foi apresentador do programa: GALPÃO CRIOULO.
"Eu sei que não vou morrer / Por que de mim vai ficar /O mundo que eu construí/O meu Rio Grande o meu lar/Campeando as próprias origens/Qualquer guri vai achar"
Poeta:
Trabalhou também como ator:
Gremista assumido
Homenagem a Nico no site oficial do Grêmio:
Homenagem a Nico no site oficial do Grêmio:
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