Ultimamente minha página pessoal do Facebook tem sofrido uma avalanche de publicações de "entendidos" no/do sistema educacional brasileiro, principalmente, da escola pública estatal.
Tenho por princípio não excluir (quase) ninguém da minha timeline, pois acredito na minha capacidade pedagógica e na importância da discussão no campo das ideias. contudo, tais publicações tem me permitido refletir algumas coisas. Algumas incoerentes, outras tristes e outras ainda contraditórias.
1. Aqueles que não fazem ideia de como é/está a política educacional brasileira, exceto o conhecimento que adquirem aqui e lá na imprensa - que na maioria das vezes, não se interessa em esclarecer ou exercer uma postura pedagógica. Utiliza linguagem técnica e informações descontextualizadas, confundindo ao invés de esclarecer.
2. Sempre estudaram no ensino privado e/ou seus filhos estudam o ensino fundamental e médio inteiro nas escolas particulares para, no ensino superior, conseguirem uma vaga na Universidade pública (Quiçá conseguir bolsas do artigo 170 na universidade privada).
3. Conhecem a escola pública no dia das eleições e ficam horrorizados. Saem com um discurso justificando e reforçando que é "escola de pobres".
3. Outros
Nas postagens que tenho acompanhado vejo muitos desses grupos, criticando e ironizando postagens de professores que se posicionam contrários à Reforma do Ensino Médio, ou a PEC 55 ou ainda a outros fatos relacionados à educação. Os cometários reduzem e restringem a temática somente à esfera política partidária, como se o fato de o professor posicionar-se contrariamente à política educacional adotada por A ou B fosse mais importante do que pensar em um plano educacional nacional coerente e que contemple a todos.
Prova disso, é a maioria dos defensores do congelamento das despesas em educação se quer têm noção que isso afetará também a esfera privada,, como por exemplo, as universidades e faculdades. Prova disso é que em algumas universidades integrantes do Sistema ACAFE em Santa Catarina terão a redução das bolsas do artigo 170 em torno de 60% já para o próximo ano.
Pensando no foco educacional adotado pelo atual governo federal veremos muitos recursos que antes eram utilizados pela educação pública estatal serem destinados a entidades privadas. Tais "entidades" garantiram recursos via "representatividade" em segmentos da educação que antes eram discutidos nas esferas da universidade pública, em seminários envolvendo professores de todas as redes, principalmente da pública.
Recebi postagens que diziam que os professores deveriam deixar de "mimimi" e apoiar o governo que está promovendo uma "transformação na educação".
Que transformação é essa?
Que congela os gastos em Educação por 20 anos?
Que assina uma medida provisória da mudança do Ensino Médio que estava em discussão, aliás mal havia começado a discussão sobre.
Que mudança é essa que em Santa Catarina que abrangerá somente 14 escolas?
Prova de que nós, professores, estamos perdendo nosso valor enquanto profissionais respeitados na/pela sociedade é que vemos "muitos entendidos" como o "Doutô Frota" palpitando na Educação e a nossa opinião é taxada de "mimimi" ou "professores que não querem ver o país evoluir".
Sinto em dizer que vou continuar com meu "mimimi"...
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