11 de dezembro de 2016

Chamaram-me de tia e eu olhei!

Envelhecer é algo que não faz parte do imaginário juvenil. Só de pensar apavora.
Contudo, como não estou mais no estágio juvenil ( só mentalmente, é claro), envelhecer é algo que está muito próximo.
Vemos o corpo perder a elasticidade e o vigor, a memória começar a falhar.
(Quanto à memória falhar, acho que não é por conta do envelhecer, mas pela quantidade de informações que temos acumulado).
Os filhos e filhas de nossos amigos e amigas começam a entrar na universidade e muitos outros sinais de que estamos mais pra lá do que pra cá.
Contudo, psicologicamente, não nos sentimos mais velhos. Pelo contrário, a experiência nos rejuvenesce. Não nos preocupamos com coisas dantes tão importantes.
Conseguimos discernir com clareza o que queremos do que realmente necessitamos.
Aprendemos a ler as pessoas e apostar nossas fichas no que realmente vale a pena e nos faça bem.
Mas há alguns sinais e/ou fatos que insistem em nos mostrar o que não queremos ver no espelho.
Ontem, andando tranquilamente pela rua e ouvi alguém gritar: 'TIAAAAA".
Por uma fração de segundos relutei em olhar, pois sabia que não tinha nenhum de meus sobrinhos por aqui. Relutei mais um pouco e por fim pensei "Vai que deixei cair alguma coisa?". E olhei.
Foi o fim...
Chamaram-me de tia e eu olhei. Fato consumado: eu era A TIA.

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