No dia 29/01/2018 a professora Céu Marques trouxe em sua página do Facebook: Língua Portuguesa uma reflexão sobre a interpretação nos dias de hoje.
Veja a imagem a seguir:
É uma reflexão importantíssima para um problema com raízes históricas. Normalmente, os métodos educacionais são colocados na berlinda. Mas a questão não é somente repensar os métodos educacionais, a questão primeira é acesso à educação pública e de qualidade e o segundo ponto é a permanência dessas crianças na escola.
A Educação pública foi instituída em 1934, antes disso nem mulheres, nem homens pobres tinha acesso ao sistema educacional, ou se tinham, não eram por meios disponibilizados pelo Estado. E os que tinham acesso ainda eram somente em algumas capitais do país. Isso na década de 1940.
"Segundo o IBGE, em 1940, o Brasil tinha 3,3 milhões de estudantes no primário, secundário e técnico (equivalentes hoje ao ensino fundamental e médio). O número de brasileiros em idade para estudar em um desses níveis de ensino, no entanto, era muito maior: 15,5 milhões de pessoas de 5 a 19 anos de idade.
Fonte da imagem: http://www.fabiocampana.com.br/2017/10/nao-basta-estar-na-escola-e-preciso-garantir-que-todos-aprendam/comment-page-1/
Isso significa que os estudantes efetivamente na escola representavam apenas 21% da população em idade escolar. Em 1960, essa porcentagem subiu para 31%, mas continuou muito baixa. Somente em 1998 o país chegou próximo de ter todos os jovens e crianças na escola: 86%."
Fonte: A escola daquele tempo
De acordo com o último censo em 2016, temos na Educação Básica (1o ao 9o ano) cerca de 200 mil escolas para atender mais de 27,5 milhões de alunos (isso somente as públicas) e ainda sem acesso em torno de 2,5 milhões de alunos (até 17 anos). Não dá para comparar com a Finlândia.
Nosso sistema de Ensino ainda não conseguiu universalizar a educação (por uma série de fatores, inclusive pelo desvios de verbas) e outro ponto é o não-interesse dos governos. povo ignorante é garantia de dominação.
Nos últimos anos houve uma retomada nos investimentos no Ensino Básico, que a meu ver, é a etapa de ensino que os professores deveriam ter mais qualificação. Diante dessa conjuntura, os níveis de letramento das pessoas é raso. Somente 8% da população brasileira são consideradores "leitores proficientes", ou seja, o restante da população divide-se entre: analfabeto (4%), rudimentar (23%), elementar (42%), intermediário (23%).
A situação é gravíssima e há tempos.
E o letramento também está associado diretamente às condições de acesso que as família têm à educação, a livros, bibliotecas, informação.
Estamos caminhando...
Quer dizer, estávamos caminhando...
Mas com esse desmonte da Educação que estamos vivendo, principalmente, no governo Temer, com A PONTE PARA O FUTURO, muitas das políticas públicas que foram implantadas nos últimos anos foram extintas ou estão na mira da estagnação.
Enquanto para quem estiver no poder a pauta primeira não for a da Educação pública, estatal e de qualidade, continuaremos vendo e lendo comentários absurdos, interpretações errôneas e discursos infundados propagados como verdades.
Fonte: Quando a escola é de vidro, de Ruth Rocha
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