Uma pergunta de meu filho - com 7 anos - me fez refletir sobre a diferença da apropriação do conhecimento geográfico, por exemplo.
A história seguinte se desencadeou porque, minutos antes, ele conversara pelo whatsapp com o irmão que está na Holanda. Após mandar um recadinho, foi para o quarto.
Ainda no quarto ele perguntou em voz alta: "Mãe? Nós moramos na América latina?".
Antes que terminasse de responder que sim, ele veio do quarto com um livro debaixo do braço. No meio da sala o abriu e desdobrou o mapa que havia em seu interior.
Assim que localizou a América Latina perguntou se a Holanda ficava na Europa. Respondi que sim. Imediatamente traçou uma linha imaginária entre a Holanda e o Brasil e balbuciou: "Nossa! A Duda vai viajar tudo isso? E o Thiago já está lá. que longe!".
E continuou olhando o mapa...
"Nossa, olha que legal a bandeira da Holanda é vermelha, branca e azul."
"Cazaquistão? É um país também? Nossa! Que diferente a bandeira?
"A Holanda fica na América Latina também, mãe?" Silêncio! "Não! fica na Europa".
E continuou olhando o mapa...
De repente, mais uma pergunta: "Mãe? O Papai Noel mora no Pólo Norte mesmo?
Ainda pensava na resposta e veio outra pergunta: "Mãe? Por que essa cidade se chama cidade proibida?"
E eu, pasma, diante de tamanha habilidade em localizar lugares e inferir sobre personagens e situações e perdida diante de tantas perguntas ficava a refletir.
Na idade dele, eu mal sabia que morava no Brasil. E continuei minha reflexão em quanto o acesso aos bens culturais, a livros, às informações propiciam esse salto geracional.
E eu que só fui entender na prática o conceito de ilha e continente quando me mudei pra Floripa.
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