ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA JOSÉ BOITEUX
PROFESSORA: ROSANE HART
Aluno(a): __________________________________________ Série: 8ª Turma: ________ Data: 09/12/2010
Prova Final de Português
Leia a crônica “Peladas” de Armando Nogueira
Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: agora, é uma babá que passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, é um par de velhos que troca silêncios num banco sem encosto.
E, no entanto, ainda ontem, isso aqui fervia de menino, de sol, de bola, de sonho: “Eu jogo na linha! eu sou o Lula!; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem; vou ficar aqui atrás: entrou aqui, já sabe”. Uma gritaria, todo mundo se escalando, todo mundo querendo tirar o selo da bola, bendito fruto de uma suada vaquinha. Oito de cada lado e, para não confundir, um time fica como está; o outro joga sem camisa.
Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula.
Em compensação, num racha de menino ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quica no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho.
Aqui, nessa pelada inocente é que se pode sentir a pureza de uma bola. Afinal, trata-se de uma bola profissional, uma número cinco, cheia de carimbos ilustres: “Copa Rio-Oficial”, “FIFA — Especial”. Uma bola assim, toda de branco, coberta de condecorações por todos os gomos (gomos hexagonais!), jamais seria barrada em recepção do Itamaraty.
No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha.
Racha é assim mesmo: tem bico, mas tem também sem-pulo de craque como aquele do Tona, que empatou a pelada e que lava a alma de qualquer bola. Uma pintura.
Nova saída.
Entra na praça batendo palmas como quem enxota galinha no quintal. É um velho com cara de guarda-livros que, sem pedir licença, invade o universo infantil de uma pelada e vai expulsando todo mundo. Num instante, o campo está vazio, o mundo está vazio. Não deu tempo nem de desfazer as traves feitas de camisas.
O espantalho-gente pega a bola, viva, ainda, tira do bolso um canivete e dá-lhe a primeira espetada. No segundo golpe, a bola começa a sangrar. Em cada gomo o coração de uma criança.
Os melhores da crônica brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
1. O título dá uma idéia clara sobre qual será o assunto da crônica?
______________________________________________________________________________________________________
2. Qual seria a intenção do autor ao utilizar-se da palavra “peladas” como título da crônica?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Assinale os elementos de uma crônica que aparecem no texto “Peladas”.
( ) Título comum.
( ) Uma ou várias personagens, inventadas ou não – o autor pode ser uma delas.
( ) Não pode ser enredo do dia-a-dia.
( ) Foco narrativo em primeira ou terceira pessoa.
( ) Linguagem coloquial.
( ) Título sugestivo, com duplo sentido (ambíguo).
( ) O autor não pode ser personagem.
( ) Usa somente a língua padrão.
( ) Apresenta tons humorístico, irônico e reflexivo.
( ) Desfecho.
( ) Cenário curioso.
( ) No enredo tem um episódio banal do dia a dia.
( ) A crônica é ambientada somente em cidades.
( ) O tom da crônica é exclusivamente poético.
( ) As personagens devem ser somente reais.
( ) Não tem desfecho.
4. O autor é observador ou personagem? Qual é o foco narrativo da crônica, comprove com fragmentos retirados do texto.
Autor: _____________________________________________
Foco narrativo: ______________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Existe um elemento surpresa. Qual é?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Localize na crônica:
a) o conflito
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) o desfecho
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7. Qual é a reflexão que a crônica quer apresentar?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. Crie um final diferente para a crônica “Peladas”.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9. Indique o processo de formação de palavras que o autor utilizou para formar a palavra “espantalho-gente”?
_________________________________________________
10. (EPCAR) Numere as palavras da primeira coluna conforme os processos de formação numerados à direita. Em seguida, marque a alternativa que corresponde à seqüência numérica encontrada:
( ) aguardente 1) justaposição
( ) casamento 2) aglutinação
( ) portuário 3) parassíntese
( ) pontapé 4) derivação sufixal
( ) os contras 5) derivação imprópria
( ) submarino 6) derivação prefixal
( ) hipótese
a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1 d) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6
b) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6 e) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6
c) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6
11. Diga se as palavras abaixo se formaram pelo processo de composição por justaposição ou por composição por aglutinação:
a) embora: _______________________________
b) petróleo: _______________________________
c) girassol: _______________________________
d) pé-de-moleque: _________________________
12. ESCLARECER é formado por derivação ______
_______________, ES é ______________, CLAR é _______________ e ECER é _______________.
Leia o poema “Neologismo” de Manuel Bandeira:
“Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo: Teadoro, Teodora”.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. RJ: J. Olympio, 1970)
13. O título do poema é “Neologismo”.
a) O que quer dizer essa palavra?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Que palavra do poema justifica esse título?
_________________________________________________
14. Onomatopéia é _________________________________
___________________________________________________
E dê um exemplo: ____________________________________
15. Complete a segunda coluna com as figuras de linguagem adequadas a cada frase.
a) Comparação b) Metáfora
c) Catacrese d) Metonímia
e) Personificação ou prosopopéia
f) Hipérbole g) Sinestesia
h) Antítese i) Ironia
j) Eufemismo
( ) “Ah, miserável”, esbravejou a morte. (Millôr)
( ) Me sinto sozinho no meio da multidão.
( ) Vou morrer de estudar.
( ) Ele foi para o reino de Deus.
( ) Deixei o livro ao pé da cama.
( ) Tinha um riso franco como o das crianças.
( ) Tomei uma taça de vinho.
( ) É um bom goleiro... Só marcaram 7 gols.
( ) Sua namorada é uma flor.
( ) A luz dos sons me contempla. (T. Silveira)
16. “Ele foi dessa para melhor” é
a) comparação b) eufemismo
c) hipérbole d) perífrase
17. “A chuva caia triste” é
a) prosopopéia b) comparação
c) metonímia d) metáfora
18. “Te trago mil rosas roubadas” é
a) comparação b) hipérbole
c) metonímia d) metáfora
19 e 20. O texto abaixo apresenta discurso direto e discurso indireto, transforme-o somente em discurso indireto.
“Ana e Rogério estão na sala de sua casa, realizando uma guerra de almofadas. De repente, sem querer, acertam um vaso. Ele cai e quebra. Preocupada, Ana diz:
- E agora? O que vamos falar para a mamãe? Ela adorava este vaso!
- Não sei. – responde Rogério, tremendo de nervosismo.
Quando a mãe chega em casa, eles dizem ao mesmo tempo:
- Mamãe, quebraram o seu vasinho de cristal...”
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Desejo a todos um venturoso Natal
e um próspero ano de 2011.
Boa sorte ! !
Prof. Rosane Hart
Nenhum comentário:
Postar um comentário