6 de maio de 2015

Poesia "O anel de vidro" de Manuel Bandeira

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O anel de vidro

Aquele pequenino anel que tu me deste, 
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou... 
Assim também o eterno amor que prometeste, 
— Eterno! era bem pouco e cedo se acabou. 

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste, 
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, — 
Aquele pequenino anel que tu me deste, 
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou... 

Não me turbou, porém, o despeito que investe 
Gritando maldições contra aquilo que amou. 
De ti conservo na alma a saudade celeste... 
Como também guardei o pó que me ficou 
Daquele pequenino anel que tu me deste... 



MANUEL BANDEIRA 
In A cinza das horas, 1917 


Manuel Bandeira





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