A carência afetiva de nossos alunos

Quando falamos da carência afetiva das crianças automaticamente associamos a crianças de baixa renda. Contudo, a carência afetiva, atualmente, não se restringe mais somente às crianças de baixa renda.
Ela acomete muitas crianças.


Ser pai e mãe não é fácil. A cada dia mais e mais tarefas aparecem. Corre-se muito para dar aos filhos de tudo: comida, roupa, materiais escolares, objetos eletrônicos etc.
Mas se esquece do mais importante: amor.
A falta de amor faz com que a criança sofra de carência afetiva crônica.


Muitos pais e mães acham que estar no mesmo ambiente é o suficiente. Mas nem sempre é assim.
Por vezes as crianças são carentes por não terem a atenção de seus pais.

Não estou escrevendo aqui para julgar ninguém. Escrevo também por reconhecer o quanto é comum estarmos com os filhos, mas não inteiramente, não como eles merecem.
Muitas vezes estabelecemos prioridades que, na verdade, não são. Poderiam ser adiadas.
Mas insistimos em perder um tempo precioso com "coisas".


Quando penso em abandono afetivo sempre me vem a mente uma fala de um aluno do 6o ano.
Estávamos falando da importância dos animais na nossa vida e a conversa girava em torno da importância e o espaço que os cachorros têm ocupado na vida das pessoas.
Um menino muito chateado falou:
"Não gosto de cachorro"
Questionei qual o motivo. A resposta dada por ele me chocou:
"Meu pai vai todo dia passear com o cachorro, mas comigo nunca sai. Não me leva a lugar nenhum"