As lendas indígenas oriundas das mais diversas tribos e espalhadas por todos os cantos do Brasil nos trazem muitas narrativas que remetem a própria constituição do país enquanto nação. Há os mitos fundadores importantes para explicar o inexplicável.
Normalmente, temos lido muitas lendas de regiões mais distantes, contudo o estado de Santa Catarina era (é) povoado por algumas tribos. Do litoral ao extremo oeste e de norte a sul.
Nessa última semana, devido à tragédia que ocorreu com a queda do avião com o time da Chapecoense, ouvimos falar muito do nome do estádio -Índio Condá. Mas quem foi o índio Condá?
O blog "blog433" de Igor Varejano apresenta a lenda:
"A lenda do espírito de Condá
Reza a lenda que um dia o sol se escondeu em meio as nuvens.
Os pássaros cantaram um canto lamurioso.
Os bichos da Mata não saíram para caçar, nem para se alimentar.
Nem o vento fazia seu tradicional uivo por entre as copas das árvores.
Tudo era lamentação e respeito motivados pela morte do filho do sol,
do amigo dos pássaros, protetor dos bichos da mata.
Esse era Condá. Um garoto de 43 anos. Garoto. Pois possuía a face jovial
de um adolescente. Como se estivesse descobrindo a vida ainda.
Diferente dos outros garotos, não foi concebido e amamentado por mulher.
Foi concebido por uma onça, e amamentado por uma anta.
A floresta era sua mãe e seu pai.
Pai e mãe que ele detinha o amor mais profundo e verdadeiro.
Condá era um índio faceiro. Daqueles que viviam livre
por entre os cantos e refúgios da mata.
Não era como os outros aborígenes. Não pertencia a uma tribo.
Era símbolo de todas as tribos. Como um membro emérito de todas.
Respeitado por todas. Amado, amado e amado por todas.
Tinha em seu cocar as cores Verde e Branco, símbolo maior de sua força.
E possuía um arco e uma flecha, com o qual
ele espalhava a justiça entre as tribos.
ele espalhava a justiça entre as tribos.
Era o símbolo maior de justiça entre os povos indígenas.
Por ter a admiração de todos, conseguia manter a ordem
por entre as ocas e ninhos.
por entre as ocas e ninhos.
Entre animais e gente.
No entanto, algo chamava a atenção de Condá de uma forma diferente.
Sempre no final da tarde, o jovem-velho homem subia em uma palmeira e
ficava impressionado, abismado, olhando os pássaros.
Para ele, nada era mais lindo,
Para ele, nada era mais lindo,
nada era mais completo quanto o voo de um pássaro.
Ele assobiava, sorria e cantarolava
Ele assobiava, sorria e cantarolava
para os pássaros, como se suplicasse para que seus braços
fossem substituídos por asas.
fossem substituídos por asas.
E seus pelos por penas. Queria fazer parte de uma revoada,
sentir-se infinito pelos céus do mundo inteiro.
Mostrar para todos os povos do mundo sua forma de unificar.
sentir-se infinito pelos céus do mundo inteiro.
Mostrar para todos os povos do mundo sua forma de unificar.
Aos poucos, sua justiça e imparcialidade chamavam a atenção dos Deuses.
De todos os Deuses, de todas as religiões.
Sua forma pacífica e carismática de conquistar admiração dos bichos
tal qual dos homens trazia uma vontade dos Deuses
de chamar Condá para os céus,
de chamar Condá para os céus,
a fim de trazer uma União sobre todos os povos do mundo.
E assim, o Deus de Condá o chamou. E Disse:
- Ó Filho das matas, prole da onça protetora e alimentado
pela anta símbolo de sua gente,
amigo dos Tuius e primo dos bichos caçadores,
os céus clamam por sua vinda,
os céus clamam por sua vinda,
pois demonstra habilidade única de unificar os povos,
sua presença aqui é mais que necessária.
Suba o mais rápido possível na mais alta Palmeira da floresta,
para se encontrar com os céus.
para se encontrar com os céus.
Espantado, Condá correu o mais rápido que pôde até
a palmeira mais alta que conhecia.
a palmeira mais alta que conhecia.
E começou a subir, subir, subir. Até que quando chegou
no ponto mais alto da árvore,
no ponto mais alto da árvore,
de uma vez só a árvore sumiu. Desesperado, o Filho de onça
começou a queda livre,
começou a queda livre,
rumo ao chão, rumo a morte. Foi então que
seus braços sumiram também,
seus braços sumiram também,
e duas asas gigantes tomaram seu lugar. Sua pele começou a sair,
a descamar,
a descamar,
sendo substituída por penas. Condá então virou um pássaro gigante.
E voou até o céu, para se encontrar com os deuses.
O sol se escondeu. Os pássaros não voaram.
Os bichos da mata não caçaram.
Mas todos os animais e os humanos sabiam que
o espirito de Condá povoava seu coração.
o espirito de Condá povoava seu coração.
O espírito de justiça. O espírito de União.
Condá partiu como símbolo da unificação dos povos.
Condá partiu como símbolo da unificação dos povos.
Todo ser vivo da terra, a partir desse dia,
carrega consigo o espírito de Condá."
carrega consigo o espírito de Condá."
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