Somos seres a espreita de fagulhas que incendiarão nossa prática pedagógica.
Eis que ontem, no curso Mediação de Leitura, promovido pelo IFSC, campus São José. sob a mediação das professoras Mari Bortolanza Spessato e Maria dos Anjos muitas fagulhas foram lançadas.
Dentre muitas, doses homeopáticas de "Gramática da Fantasia" do italiano Gianni Rodari, professor, jornalista e escritor, principalmente, de livros voltados ao público infanto-juvenil.
Fonte da imagem: Livraria Livros e Livros
Conheça o site oficial do escritor: Gianni Rodari
“Se uma sociedade baseada no mito da produtividade precisa de homens pela metade – fiéis executores, diligentes reprodutores, dóceis instrumentos sem vontade própria – é sinal de que está mal feita, é sinal de que é preciso mudá-la. Para mudá-la são necessários homens criativos, que saibam usar sua imaginação.” (Rodari)
Para relatar a vocês, selecionei, dentre muitas propostas de atividades apresentadas na Oficina, a atividade "O que aconteceria se..." que está no capítulo seis de Gramática da Fantasia (p.28-30). Neste capítulo a atividade circunda o campo da hipótese e, segundo Novalis "As hipóteses são como retas: você as lança e alguma coisa, em algum momento, as encontra".
Para exemplificar o que seria o trabalho no campo das hipóteses, Rodari cita um dos exemplos mais ilustres "O que aconteceria se um homem acordasse transformado em uma horripilante barata?". Eis o mote do livro A metamorfose de Franz Kafka,
Rodari faz um breve explanação de como desenvolvera o trabalho (com crianças) e uma reflexão sobre as respostas obtidas.
Nos artigos publicados em Paesa Sera as seguintes perguntas foram formuladas:
- O que aconteceria se a Sicília perdesse os brincos?
- O que aconteceria se um crocodilo batesse à sua porta pedindo um pouco de rosmaninho?
- O que aconteceria se o seu elevador caísse no centro da Terra ou subisse até à Lua? (p. 29)
As perguntas nos dão ideia de quão criativos os alunos deverão ser para dar conta de desenvolver a temática proposta.
Voltando à oficina de Mediação de leitura, as professoras nos lançaram o desafio no campo das hipóteses:
O que aconteceria se o seu elevador caísse no centro da Terra ou subisse até à Lua?
Após lançada a pergunta, tivemos um tempo para produzir a resposta.
Nos lançamos à escrita. Minutos e mais minutos. As respostas foram fantásticas, algumas no campo da realidade, outras no campo ficcional.
Eis o que escrevi:
O elevador subiu pra lua
Lá de cima, vi a Terra toda nua
Tão longe de tantas falcatruas
Só paz, só ar, sossego
Livre, puro desapego
Cá na terra, puro desassossego
Guerras, fome, violência
Carências e incoerências
Lá em cima, fluidez
Cá em baixo, palidez
Lá em cima, paz...
Cá em baixo, cadê eu?
Lá em cima
eu inteirinha
debruçada sobre a lua
tão longe...
mas tão longe de mim
Cá em baixo
EU
Procura-se!
Desapareceu!
(R.H, 15/05/2017)
Maravilhoso, Rosane!
ResponderExcluirLindooo! Divino! Você tambem nos inspirou.Grande beijo.
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