28 de maio de 2017

"Aquela professora é uma histérica!"

Sempre acompanho troca de idéias e discussões sobre temas variados. Acho muito produtivo desempenharmos a argumentação e contra-argumentação. Nos faz pensar, reagir e reforçar nossos argumentos ou vermos que estávamos errados.
Uma professora postou uma notícia de conteúdo político no Facebook e que era falsa. Já tinha visto o comentário a respeito da mesma no site www.boatos.org (site especializado em desmentir notícias falsas - ou inverdades). Iria comentar com ela de que a notícia era falsa, mas acabei mudando de aba e não escrevi nada.
Um tempo depois, lembrei-me de avisá-la, pois comigo acontecera algumas vezes de ser pega de surpresa por uma "notícia" falsa, tanto na internet como na "vida real", mas o bom é que sempre há alguém atento para alertar.
No entanto, quando retornei à página da professora, percebi que havia alguns comentários, extremamente grosseiros, ofensivos e preconceituosos sobre o partido no qual a professora é filiada.
Fiquei estarrecida, pois eram pessoas que eu também conhecia. E, sabia serem de opção política contrária, mas nada justificava tamanha grosseria. Poderiam simplesmente tê-la alertado sobre  a notícia. Mas teceram comentários e ofensas pessoais. Não foi uma discussão no campo das ideias. Foi muito, mas muito além disso!

Até escrevi alguma coisa para rebater as ofensivas... Mas desisti. Percebi que não nada do que eu falasse atenuaria o ódio, era melhor  não "perder tempo". Mandei uma mensagem in box para a professora, dizendo que não se importasse com os comentários grosseiros.
Fiz isso porque a conheço enquanto professora, conheço seu trabalho, seu comprometimento. Sua posição política não adentrou à sala de aula. Sempre foi uma professora ética. Realmente comprometida com a Educação. Aquela professora que exige o máximo de cada aluno.
Pensei sobre o fato de ela ser chamada de histérica por um ex-aluno.
Tracei o perfil do aluno.
E concluí:
COMO NÃO SER UMA PROFESSORA HISTÉRICA?
Como não perder a paciência?
Se fosse meu aluno, certamente eu perderia.
Sim, os professores são os adultos, deveriam ter autocontrole.
São julgados o tempo todo. Exigem que sejam perfeitos, mas não atentam as condições de trabalho a que estão expostos. São cobrados para que resolvam situações que as famílias não resolvem.
Se a família falha em educar um indivíduo a escola tem que recebê-lo e educá-lo!
 Mas como manter o bom humor, a simpatia, a calma e a paciência diante de um indivíduo (adolescente) que agride os outros, grosseiro, que vem à escola à passeio e não quer nada com nada? Como manter o autocontrole perante um aluno que perturba os demais colegas da turma?
Sim, temos que tentar de todas as maneiras resgatá-lo... Mas e se ele não quiser ser resgatado?
Por isso, há sim muitas professoras e professores por aí tendo que "aturar" discurso de alunos que se dizem "injustiçados", mas na verdade, são extremamente mimados pelos pais e mães e julgam-se as pessoas mais importantes do mundo por terem dinheiro, por fazer parte deste ou daquele grupo, por serem filhos do Fulano  ou do Beltrano ou por não achar o sistema de ensino "atraente" (Isso cabe outra discussão). Como trabalhar com adolescentes mimados que querem a todo custo chamar a atenção?
Resultado de imagem para mau aluno
Então como manter o autocontrole diante disso?

Um comentário:

  1. Professora Rosane,
    em tua abordagem inicial, aludiste à publicaçäo de conteúdos inverídicos...
    Quase incorri em igual equívoco, quando, sobre outro artigo teu, mencionária declaraçäo da Chanceler alema Angela Merckel.
    Afirmara, supostamente, a estadista que os professores da Alemanhä receberiam os melhores salários do país dentre as classes profissionais.
    Socorrendo_me no site "Boatos", tal qual fizeras, encontrei o desmentido.
    Reportaste-te, ainda, sobre a intolerância de leitores aos autores de artigos veiculados na Web.
    Face ao ataque desses intolerantes, deixei de comentar sobre diversos temas.
    Näo dialogam,ferem; näo fundamentam, näo argumentam em bases lógicas, näo esclarecem e nem depuram o entendimento.
    Retratam em suas postagens o domínio do ciúme, despeito, inveja que lhes bem emolduram o caráter.
    Opositores sistemáticos e gratuitos, destilando ódio, intolerância e primarismo dando bem a medida de sua estatura moral.
    Dissertaste, ainda, sobre alunos-problema, rebeldes, insubmissos e refratários à disciplina.
    Com sua rebeldia, desafiam o limite do suportável por aqueles que, por excelência e definição, säo mestres na paciência.
    Há, indubitavelmente, um abismo entre alunos problemáticos que têm por gênese desequelíbrios psíquico-emocionais oriundos de fissuras no núcleo familiar, decorrentes de traumas afetivos, econômicos, dentre outros, dos vocacionados à intolerância, rebeldia e indisciplina.
    Aqueles, säo agentes passivos. Refletem em sua desdita os dissabores de um núcleo familiar desarmônico, instável. Em decorrência, säo sujeitos ao resgate, à recuperaçäo e redirecionamento de seu caráter, porquanto, inspiram compreensäo e propensäo à melhora, entrementes, estes säo agentes ativos...
    Insensíveis aos apelos de dignidade, evidenciam em suas condutas que näo säo vítimas das instabilidades que os alcançam e os marcam, säo, outrossim, os próprios fomentadores dos desajustes, instabilidades e transtornos no seio familiar,no ambiente escolar, profissional e em todos os meios onde transitam.
    Resistentes por deliberaçäo própria à terapêutica do acolhimento, canditatam-se aos impostivos da amarga corrigenda.
    Em uma sociedade que se pretenda civilizada, indissociáveis säo o direito e o dever.
    Belo artigo, professora!! Indutor de profundas reflexoës.
    Parabéns!!
    Murilo










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