29 de maio de 2017

Quem foi a escritora Adelaide Carraro?

  Adelaide Carraro foi uma escritora brasileira, nasceu em 30 de julho de 1936 e faleceu em 8 de janeiro de 1992.   A escritora teve uma vasta produção, com mais de 40 livros publicados que alcançaram mais de dois milhões de exemplares vendidos. 

Com temas do cotidiano, segundo ela "histórias da sociedade", Adelaide abordou, em uma linguagem simples, histórias e temas pouco comuns na literatura da época. Em pleno regime militar a escritora tornou-se um sucesso em vendas.


Fonte da imagem: Wikipedia

Para saber mais sobre a escritora indico os artigos: 

Artigo 1

"A dignidade da literatura: Adelaide Carraro e a subversão ao regime militar" do pesquisador Álvaro Nunes Larangeira

Artigo 2

"Adelaide Carraro: uma mulher de dois milhões de exemplares vendidos" do pesquisador Wladir Nader




Livros publicados:







  • 1969 - Podridão






  • 1977 - A Adúltera
  • 1977 - Orgia na TV


  • 1977 - Mulher Livre


  • 1977 - Os Ricos Também Matam
  • 1978 - Gente
  • 1980 - O Amante da Condessa

  • 1980 - A Vingança do Metalúrgico
  • 1980 - Depois do Crime

  • 1980 - O Pervertido
  • 1980 - O Caipira Super Macho


  • 1981 - Fogo
  • 1982 - O Túmulo que Chora


  • 1982 - Meu Professor, Meu Herói

  • 1982 - A Marca do Adultério
  • 1982 - O Enigma do Sequestro
  • 1983 - Sexo Proibido
  • 1983 - Gosto de fel


  • 1984 - Eu Sou o Rei



  • 1987 - O Travesti


  • 1988 - O Estudante - II

  • 1991 - O Estudante - III



 A escrita de Adelaide  além da vasta produção literária  também teve sua temática por vezes  classificada como subversiva e pornográfica. Além de algumas histórias pessoais que provocaram certa balbúrdia na sociedade da época. 


Fonte: https://www.encontro2018.sc.anpuh.org/resources/anais/8/1524342297_ARQUIVO_AdrianaFragaVieira-textocompleto.pdf


 A tese da pesquisadora Adriana Fraga Vieira faz uma análise mais aprofundada da obra da escritora e a temática abordada em sua obra.    

Pornográficos ou perigosos?: subjetividades de gênero nos romances de Adelaide Carraro (1963-1985)

Resumo:

Adelaide Carraro (1929-1992) foi uma escritora de intensa produção literária no contexto da ditadura civil-militar no Brasil. Escrevia temas considerados fortes e polêmicos, ligados a questões sociais, sexualidade e política em uma época de intensa repressão cultural. Em suas obras são recorrentes temas ligados à sexualidade, ao casamento, ao adultério, à maternidade, ao aborto, à prostituição, à virgindade, à masturbação, à homossexualidade, entre outros. Em meio a temáticas, de certa forma, espinhosas para a época, a autora sai em defesa da libido feminina e do direito ao corpo, sem deixar de lado alguns dos valores tradicionalmente defendidos pela sociedade. Por abordar questões envolvendo a libido feminina e masculina suas obras foram classificadas como eróticas e pornográficas pelos censores que avaliaram treze dos quarenta e seis livros publicados. A despeito da censura, sua obra obteve ampla aceitação e foi sucesso de vendagens entre as classes populares. Os primeiros livros são autobiográficos e as composições literárias subsequentes prosseguiram ancoradas em narrativas de vida que ela afirmava recolher do cotidiano de São Paulo, oferecendo-as ao público como ?estóriasverdade?. As relações de gênero, as representações sobre o corpo e a sexualidade, e as mazelas sociais marcam o conjunto de sua obra, que demonstra a intenção de propor a construção de novas subjetividades de gênero para um público predominantemente feminino dos anos 1970 e 1980. Esta tese analisa as subjetividades de gênero normativas e dissidentes oferecidas pela escritora brasileira Adelaide Carraro em sua produção literária e autobiográfica, centrada entre os anos de 1963 e 1985, período de contexto da ditadura civil-militar e emergência dos movimentos feministas. O estudo articula a vida e a obra da autora, entendendo-as como inseparáveis na compreensão da produção de subjetividades que serão oferecidas no discurso literário. As intersecções entre literatura, autobiografia e subjetividade estão alinhavadas ao contexto de repressão política e cultural do período, que deixou marcas em sua escritura e provocou uma complexa relação de atração-repulsa entre a escritora e o regime civil-militar estabelecido no Brasil em 1964. A literatura é um campo privilegiado para o estudo das sensibilidades que orientam a produção de sentidos e subjetividades de uma época, sendo a fonte principal desse estudo ao lado de autobiografias, entrevistas, jornais e processos de censura.

Fonte: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216724


Publicado inicialmente no Blog Livros, Leitores e Leituras

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por que leitura profunda faz bem ao cérebro

"Ler é um conjunto de habilidades que literalmente muda ao cérebro."