O GUARANI (JOSÉ DE ALENCAR)
A fim de enviar bandeiras
para o interior, o fidalgo português D. Antônio de Mariz construiu, à entrada
do sertão, uma mansão onde vive com sua filha Cecília. A menina, um dia, é
salva pelo índio Peri, guerreiro goitacá, de ser esmagada por uma pedra. D.
Antônio fica grato a Peri, dedicando-lhe uma amizade. Os dois jovens amam-se de
forma casta, pura.
De um acidente, resulta a
morte de uma índia aimoré, cuja tribo passa a hostilizar os brancos.
Depois de muitos lances, em
que se destaca a ação de Peri, conjurando perigos, D. Antônio sente que não tem
mais condições de suportar os ataques consecutivos. Pede então a Peri que salve
Cecília, levando-a para a corte. A mansão é destruída. Peri e Cecília conseguem
fugir pelo rio Paraíba. “Uma folha de palmeira flutua sobre às águas, abrigando
em sua copa dois seres de raças diferentes, símbolo da futura população do
país”.
1)
Personagens principais e suas características
Peri e Cecília, ela é apresentada como o centro das atenções
dos civilizados: linda, pura, amável, atenciosa. Já Peri, é apresentado como o
Rei das Florestas: forte, vigoroso, valente, ágil, jovem, ou seja, um herói
nacional.
2)
Personagens secundários e suas características
D. Antônio de Mariz: marido exemplar, um pai amoroso, valente
e não tinha receio dos índigenas.
Sua esposa, é pouco mencionada, mas tratava-se de uma mulher
totalmente submissa ao seu senhor, ou seja, seu marido.
A meia-irmã de Cecília demonstrou ser
muito apaixonada pelo futuro noivo de Cecília D.
Álvaro, esta acaba morrendo de amor.
D. Álvaro, apaixonado e devotada a
Cecília, sendo seu noivo, fez o possível pelo seu
amor, mas este pertencia ao índio Peri.
3)
Se existe partes descritivas cite algumas:
O livro traz aspectos
históricos da formação do nosso povo, da nossa gente, com sua linguagem e
costumes, por isso é impregnado por descrições, mas destaca-se a seguinte: “A mansão é destruída. Peri e Cecília
conseguem fugir pelo rio Paraíba. Uma folha de palmeira flutua sobre às águas,
abrigando em sua copa dois seres de raças diferentes, símbolo da futura
população do país”.
4)
Se existe narrativas coloque duas partes
“Não havia tempo para fugir; a água tinha soltado seu
primeiro bramido, e erguendo o colo, precipitava-se furiosa, invencível,
devorando o espaço como algum monstro do deserto”.
“Ceci foi salva por Peri, uma espécie de semideus onipotente
a quem ela, afinal, se une”.
5)
Que temas são enfocados?
A exaltação dos indígenas, criando para o passado do Brasil
um passado glorioso. O nacionalismo exagerado, idealizando o índio como
protótipo das perfeições. Também a submissão feminina é enfocada, mas de
maneira leve e sutil. A igreja, também recebe sua crítica quando o falso padre
tenta catequizar os índios para obter “favores”.
6)
Cite mensagens que o livro nos traz:
O Guarani foi escrito apenas 35 anos depois da Independência.
Daí a referência ao Brasil como pátria da liberdade.
O sentimento que Peri nutre por Cecília é sempre mostrado
como adoração. Ceci se refere a ele como irmão.
A paisagem brasileira sempre é grandiosa e pomposa, como
símbolo de um país recém independente que se quer ser grande e pomposo para
afirmar sua existência como nação.
7)
Em que ambiente ocorre a história?
No período de colonização do Brasil, enfocando aspectos
históricas referentes a formação do nosso povo, variedade das raças que
formaram nosso povo inclusive, o livro trás a linguagem falada na época.
8)
Escolher um dos temas enfocados e realize um pequeno texto:
O índio brasileiro
para José de Alencar
Na época do Romantismo
brasileiro, sentiu-se a necessidade de valorização do nacional, assim “O Guarani”
encaixa-se nesta fase, mais precisamente nos romances indianistas, que eram
impregnados pelo excessivo nacionalismo, dando aos indígenas características
que na verdade não eram suas.
Assim, Alencar criou para o
Brasil o “herói Peri”, que sobressaía-se
ao nobres fidalgos portugueses, poetizou o índio e despiu-o da crosta
grosseira que eram vistos na época, arrancando esse povo do ridículo que foram
submetidos pelos povos brancos que, quase extinguiram sua raça.
BIBLIOGRAFIA
O primeiro lançamento do
livro O GUARANI, foi impresso em 4
volumes no Rio de Janeiro, pela Empresa Tipográfica Nacional do Diário, 1857.
Foi publicado primeiramente em folhetins do Diário do RJ, sem o nome do autor
(José de Alencar).