Livro: Capitães da areia
Autor: Jorge Amado
Link para o filmehttps://www.youtube.com/watch?v=JcLmBX1QZZ4
"Sobre Jorge Amado
Jorge Amado nasceu em Itabuna (BA), em 10 de agosto de 1912, e passou a infância em Ilhéus. Aos 19 anos surpreendeu a crítica e o público com o lançamento do romance "O País do Carnaval". Desenvolveu uma literatura politicamente engajada e, nos anos seguintes, publicou "Cacau" (1933), "Suor" (1934), Jubiabá" (1935) e "Capitães da Areia" (1937).
Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, formando-se bacharel em ciências jurídicas e sociais. Em 1945 foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 e da primeira Câmara Federal após o Estado Novo. Perdeu o mandato em 1948, depois que o PCB foi colocado na ilegalidade. Deixou o Brasil e viveu cinco anos na Europa e na Ásia.
Com Gabriela, Cravo e Canela (1958) iniciou nova fase literária, marcada por um estilo picaresco, de personagens malandros e bufões. Morreu em 6 de agosto de 2001, em Salvador. É o romancista brasileiro mais traduzido e conhecido em todo o mundo.
Suas principais obras são: "O país do carnaval" (1930), "Suor" (1934), "Mar Morto" (1936), "Capitães da areia" (1937), "Gabriela, cravo e canela" (1958), "A morte e a morte de Quincas Berro d’Água" (1961), "Dona Flor e seus dois maridos" (1966), "Tieta do agreste" (1977), "Farda, fardão, camisola de dormir" (1979) e muitas outras."
Fonte: GUIA DO ESTUDANTE. Sobre Jorge Amado. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/capitaes-areia-resumo-obra-jorge-amado-703759.shtml>. Acesso em 25 set. 2013.
Resumo e características do romance Capitães da areia.
"No início da obra há uma série de reportagens fictícias que explicam a existência de um grupo de menores abandonados e marginalizados que aterrorizam a cidade de Salvador e é conhecido por Capitães da Areia. Após esta introdução, inicia-se a narrativa que gira em torno das peripécias desse grupo que sobrevive basicamente de furtos. Porém, apesar de certa linearidade, a história é contada em função dos destinos de cada integrante do grupo de forma a montar um quebra-cabeça maior.
O chefe do grupo Capitães da Areia é um jovem chamado Pedro Bala, um menino loiro e filho de um grevista morto no cais. Tinha ido parar na rua por volta dos cinco anos de idade e desde jovem já se mostrava corajoso e o mais capacitado a se tornar o líder das crianças. O grupo ocupava um trapiche abandonado na praia e era formado por mais de cinquenta crianças, sendo que algumas vão sendo apresentadas aos poucos durante a narrativa.
Uma delas era o Professor, que sabia ler e passava as noites lendo livros à luz de vela. Algumas vezes ele lia as histórias para os outros do grupo ou então criava as suas próprias narrativas a partir do que lera. Outra personagem que compõe o grupo é Gato, conhecido assim por ser tido como um dos mais bonitos ali. Quando entrou no grupo um dos meninos tentou se relacionar com ele, mas Gato não quis. Sendo muito vaidoso, tentava andar arrumado na medida do possível e de acordo com sua realidade de menino de rua. Gato se apaixona por uma prostituta chamada Dalva, que irá ter um romance com o jovem após ser abandonada por seu amante.
Outra personagem que merece destaque é Sem Pernas, um menino que uma vez fora pego pela polícia e por isso passou a ser um jovem amargo e que odiava a tudo. Por ser manco, às vezes era usado nos assaltos a casas: ele batia nas portas das casas dizendo que era um órfão aleijado e pedia ajuda. Ganhando confiança dos moradores, ele descobria o que tinha de valor na casa e depois relatava aos Capitães da Areia.
Por fim, outras personagens são: Volta Seca, que se dizia afilhado de Lampião e sonhava integrar o bando desse; Pirulito, um menino de forte convicção religiosa e que irá abandonar o roubo; Boa Vida, jovem esperto e que se contenta com pouco; e o negro João Grande, que tinha o respeito dos demais do grupo por sua coragem e tamanho. Ao lado dessas personagens centrais que formam o grupo, encontra-se ainda o Padre José Pedro, que era amigo dos meninos e procurava cuidar deles da forma que considerava mais correta, e a mãe-de-santo D. Aninha.
Em certo momento da narrativa, a varíola passa a assustar os moradores da cidade. Um dos meninos do grupo contrai a doença e é internado. Nessa altura, surge Dora e Zé Fuinha, cuja mãe também morreu por causa da varíola, e eles passam a integrar o bando. No início alguns jovens tentaram se relacionar com Dora, mas são impedidos por Pedro Bala, Professor e João Grande. Porém, Dora e Pedro Bala passam a ter certo envolvimento amoroso.
Certo dia alguns dos meninos foram pegos em um assalto, mas foram protegidos por Pedro Bala e somente ele e Dora foram levados presos. Ela foi levada para um orfanato, enquanto Pedro Bala foi torturado pela polícia e mantido preso em uma solitária por oito dias. Algum tempo depois, os meninos conseguem ajudar Pedro a se livrar do reformatório e partem para libertar Dora também. Porém, encontram-na muito doente e ela passa apenas mais alguns dias com os meninos antes de morrer.
Após a morte de Dora o grupo vai sofrendo algumas alterações. Pirulito parte com o Padre José Pedro para trabalhar com ele na igreja, Sem Pernas acaba morrendo em uma fuga da polícia e Gato vai para Ilhéus com Dalva, de quem é cafetão. Já Professor conseguiu entrar em contato com um homem que lhe oferecera ajuda e tornou-se pintor no Rio de Janeiro retratando as crianças baianas. Por fim, Volta Seca conseguiu se tornar um cangaceiro de seu “padrinho” Lampião. Após cometer muitas mortes e crimes, a polícia prende Volta Seca e ele é condenado.
Cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista que morrera em uma greve, Pedro Bala passa a se envolver em greves e lutas a favor do povo. Assim, movido por ideais comunistas e revolucionários, Pedro Bala passa o comando do bando para outro menino e parte para se tornar um militante proletário.
Narrador
O romance é narrado em terceira pessoa, por um narrador onisciente (que sabe tudo o que ocorre). Essa característica narrativa possibilita que seja cumprida uma tarefa facilmente notada pelo leitor: mostrar o outro lado dos Capitães da Areia. O narrador, ao penetrar na mente dos garotos, apresenta não apenas as atitudes que a vida bestializada os obriga a tomar, mas também as aspirações, os pensamentos ingênuos e puros, comuns a qualquer criança. O narrador não se esforça por ser imparcial; participa com seus comentários, muitas vezes sutis, mas sempre favoráveis aos Capitães da Areia.
Personagens
A obra não possui um personagem principal. Para indicar um protagonista, o mais apropriado seria apontar o conjunto do bando, ou seja, os Capitães da Areia como grupo. Isso porque as ações não giram em torno de um ou de outro personagem, mas ao redor de todos. Pedro Bala, o líder do bando, não é mais importante para o enredo do que o Sem-Pernas ou o Gato. Pode-se dizer que ele é o líder do bando, mas não lidera o eixo do romance. Daí a idéia de que o protagonista é o elemento coletivo, e cada membro do grupo funciona como uma parte da personalidade, uma faceta desse organismo maior que forma os Capitães da Areia.
Pedro Bala: líder dos Capitães da Areia, tem o cabelo loiro e uma cicatriz de navalha no rosto, fruto da luta em que venceu o antigo comandante do bando. Seu pai, conhecido como Loiro, era estivador e liderara uma greve no porto, onde foi assassinado por policiais.
Sem-pernas: deficiente físico, possui uma perna coxa. Preso e humilhado por policiais bêbados, que o obrigaram a correr em volta de uma mesa na delegacia até cair extenuado, Sem-Pernas conserva as marcas psicológicas desse episódio, que provocou nele um ódio irrefreável contra tudo e todos, incluindo os próprios integrantes do bando.
Gato: é o galã dos Capitães da Areia. Bem-vestido, domina a arte da jogatina, trapaceando, com seu baralho marcado, todos os que se aventuram numa partida contra ele. Além dos furtos e do jogo, Gato consegue dinheiro como cafetão de uma prostituta chamada Dalva.
Professor: intelectual do grupo, deu início às leituras depois de um assalto em que roubara alguns livros. Além de entreter os garotos, narrando as aventuras que lê, o Professor ajuda decisivamente Pedro Bala, aconselhando- o no planejamento dos assaltos.
Pirulito: era o mais cruel do bando, até que, tocado pelos ensinamentos do padre José Pedro, converte-se à religião. Executa, com os demais, os roubos necessários à sobrevivência, sem jamais deixar de praticar a oração e sua fé em Deus.
Boa-vida: o apelido traduz seu caráter indolente e sossegado. Contenta-se com pequenos furtos, o suficiente para contribuir para o bem-estar do grupo, e com algumas mulheres que não interessam mais ao Gato.
João Grande: é respeitado pelo grupo em virtude de sua coragem e da grande estatura. Ajuda e protege os novatos do bando contra atos tiranos praticados pelos mais velhos.
Volta Seca: admirador do cangaceiro Lampião, a quem chama de padrinho, sonha um dia participar de seu bando.
Dora: seus pais morreram, vítimas da varíola, quando tinha apenas 13 anos. É encontrada com seu irmão mais novo, Zé Fuinha, pelo Professor e por João Grande. Ao chegar ao trapiche abandonado, onde os garotos dormem, Dora quase é violentada, mas, tendo sido protegida por João Grande, o grupo a aceita, primeiro como a mãe de que todos careciam, depois como a valente mulher de Pedro Bala.
Padre José Pedro: padre de origem humilde, só conseguiu entrar para o seminário por ter sido apadrinhado pelo dono do estabelecimento onde era operário. Discriminado por não possuir a cultura nem a erudição dos colegas, demonstra uma crença religiosa sincera. Por isso, assume a missão de levar conforto espiritual às crianças abandonadas da cidade, das quais os Capitães da Areia são o grande expoente.
Querido-de-Deus: grande capoeirista da Bahia, respeita o grupo liderado por Pedro Bala e é respeitado por ele. Ensina sua arte para alguns deles e exerce grande influência sobre os garotos."
Fonte: GUIA DO ESTUDANTE. Resumo sobre Jorge Amado. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/capitaes-areia-resumo-obra-jorge-amado-703759.shtml>. Acesso em 25 set. 2013.
CAPITÃES DA AREIA
O livro começa apresentando uma reportagem sobre um furto envolvendo meninos de rua (p. 10-13).
Reportagem
Logo em seguida uma carta escrita pelo Secretário do Chefe de Polícia.
Carta 1
Em resposta à carta anterior o Doutor Juiz de Menores escreve à redação do jornal.
Carta 2
Carta 3
Carta 4
Carta do Padre José Pedro
Reportagem final após visita ao Reformatório Baiano
Após a publicação da série de Reportagens sobre os "capitães da areia" a redação do Jornal baiano Folha da Tarde recebeu várias cartas de leitores.
Carta dos alunos da turma 701 à Redação do Jornal da Tarde
Carta 1
Florianópolis, 25 de Setembro de 2013.
Caro jornalista,
Quero dizer o quanto achei errado o que publicaram, o quanto vocês usaram as palavras para demonstrar a notícia. Mudando totalmente o sentido dos fatos.
Julgando crianças que talvez nem sabiam o que estavam fazendo, talvez indefesas. Nem sabiam o que estava acontecendo e o que já passaram.
Não sabemos se elas só queriam roubar para ter o que comer, roupas para vestir, então, antes de publicar uma notícia não coloque o que bem entenderem por que nós telespectadores não somos “idiotas” ou outra característica Nós somos só pessoas querendo ler a notícia e nos informar do que acontece no mundo.
Também não defendo esses tão falados “capitães da areia”, podemos dizer sim que são perigosos, mas não afirmar pois não sabemos o que passa pela cabeça deles. Não podemos afirmar nada, não sabemos que educação tiveram, nem o que viveram, talvez os seus pais lhe deram essa educação e se não deu só temos que tomar cuidado.
Não existe só eles de bandidos, há muita gente por ai, muito mais perigosa e se dermos a notícia correta talvez tivessem mais audiência ou até mesmo menos cartas com reclamações.
Reflitam!
Sabrina Fialho Farias de Avellar.
Carta 2
Florianópolis, 25 de Setembro de 2013.
Caro Jornalista!
Você como dono da notícia deveria ter procurado saber melhor a história das crianças. Para saber qual foi o motivo de ter acontecido tudo aquilo.
Pois foi uma injustiça o que vocês fizeram de levar as crianças ao reformatório onde só tinha sofrimento. Em primeiro lugar você tinha a obrigação de escutar o que elas tinham a falar. De pesquisar e saber a história delas antes de julgar criticar e ofender.
A mãe de uma criança ainda foi reclamar e você ainda a criticou. Não estou defendendo as crianças do "Capitães da areia" mas foi muito errado o que vocês fizeram.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
Beatriz da Rocha.
Carta 3
Florianópolis, 25 de setembro de 2013
Sr. Diretor do Jornal da Tarde
Saudações
Venho por meio desta dar minha opinião sobre as cartas que tenho lido em seu jornal sobre os Capitães da Areia. Começo dizendo que concordo com o que a mãe de um dos meninos falava sobre o Reformatório Baiano, como tantos outros jovens são chamados de delinquentes, perversos, demônios e assaltantes, sendo que são tratados de um jeito horrível como animais e de um jeito que nenhuma pessoa merece, nem mesmo, jovens como eles que deveriam ser tratados de forma exemplar afinal, como disseram estão em busca da regeneração. Como o Padre José Pedro citou em sua carta, em vez de conquistar as crianças com bons tratos, fazem-nas mais revoltadas ainda com espancamentos seguidos de castigos físicos verdadeiramente desumanos.
E Em nome de todos os Capitães da Areia deixo-lhe minha opinião, e espero que mudem.
Grata Pela Atenção.
Shamara Gonçalves
Carta 4
Florianópolis,25 de setembro de 2013
À redação do Jornal Folha da Tarde
Vocês são um bando de mentirosos,a mãe daquela criança tinha razão, no reformatório não a nada além de sofrimento, oque eles dizem transformar em homem, eu digo escravidão, são apenas crianças não merecem ser chamados de bando de demônios, querem carinho e uma família, mas vocês os tratam como pestes e não indivíduos.
Animais são o que vocês são pois não sabem retratar uma história verdadeira de modo equilibrado para os dois lados, são uns filhos da mãe também aqueles Juiz de menores e o Chefe de polícia, não sabem como cuidar de apenas alguns meninos não que seja certo manda-los a um orfanato ou a cadeia ou mesmo ao reformatório mas arranjar-lhes um trabalho ou maneira de saírem do crime.
Espero que leiam essa carta.
Obrigado!
Rafael Araújo.
Carta 5
Florianópolis, 25de setembro de 2013.
Caro Jornal Da Tarde.
Eu não gostei do jeito que vocês falaram dos pequenos moradores de rua, pois eles não tem o que comer, eles não trabalham e são muitos deles.
Vocês tem o que comer então não vão descriminando os pequenos moradores de rua.
Por que eles roubam para comer e sobreviver.
Já vocês trabalham tem o seu próprio dinheiro.
De Gustavo Castro para Jornal da tarde.
Carta 6
Florianópolis, 25 de setembro de 2013.
Sr. Redator
Desculpe o que eu vou fazer, mas acho que o que eu escrever não vai sair muito certo sou apenas uma estudante do sétimo ano. No entanto, tenho que declarar uma coisa para você. Acho o seu ato muito errado, seu ato para falar assim dos capitães da areia … Eles são apenas umas crianças pequenas precisando de amor e carinho e que acham que encontraram isso nas ruas. Mas vocês estão os acusando, chamando-os de demônios , filhos dos pobres. Seu ato foi muito errado chamando eles de delinquentes, saiba que você não devia fazer isso como Redator do Jornal da Tarde, acho que você deveria ter um minimo de respeito por eles e respeitar eles como seres humanos CRIANÇAS …
Por favor reflitam essas palavras e espero que você realize o que estou dizendo.
Polyanna Raquel Silva do Mar.
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