No ambiente escolar o tratamento é (ou deveria ser) igualitário. Todos ocupam o mesmo espaço, têm atividade no mesmo horário, dividem a atenção das professoras, dos colegas, os brinquedos etc. Aprendem a interagir uns com os outros.No universo infantil não há espaço para desigualdade.
Na percepção infantil o que uma criança faz a outra entende que pode fazer também. Há a imitação. Não há espaço para a maldade. Elas lutam pelos seus direitos.
Se o outro tem um alimento, ela também o quer;
Se o outro tem um brinquedo, ela também o quer;
Se o outro tem atenção ela também quer.
E neste querer, muitas vezes, disfarçado de pirraça ou entendido como malcriação, na verdade significa: "Ei! E eu?"
A criança é altamente intolerante a diferenciação de tratamento, é altamente intolerante a desigualdade e, em protesto, luta com as armas que tem.
Cabe aos adultos fazerem a leitura desses sinais.
Contudo, o problema está justamente com os adultos. Eles incentivam essa desigualdade e, nós, pais, principalmente.
Não que esse "incentivo" seja feito de maneira intencional, mas o fazemos em situações do tipo:
Meu filho brincando com outra criança, é inevitável que em determinado momentos ambos briguem e disputem brinquedos e para acabar com a "briga" argumento com o pequeno:
"Filho, brinca com esse carrinho azul, ele é mais bonito".
Logicamente, meu filho trocará de brinquedo, mas não nos damos conta de que esse argumento também é válido para a outra criança, ela também entende e também irá querer trocar de brinquedo. E assim passamos o dia tentando apaziguar as coisas. E, cada vez mais, a situação de intransigência infantil se acentua, pois nossos pequenos são altamente intolerantes a desigualdade.
Jamais aceitarão a relação de superioridade que os adultos insistem em impor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário