Governo quer 'puxar' conteúdo do ensino médio para o fundamental
revela, na verdade, uma volta no tempo.Restringirei minha fala à Língua Portuguesa, pois nos últimos anos me detive a analisar os manuais escolares (pesquisa de Doutorado em andamento).
Tal proposta não é nada de novidade. É um revival dos manuais utilizados pelas escolas nas décadas de 1920, 1930 e meados de 1940 (ou mais, dependendo da escola).
Pois naquele período o Ensino Médio não priorizava o ensino do idioma, pois como a escola era voltada para às elites, acreditava-se que esses alunos já detinham o completo domínio do idioma, sendo "desnecessário" seu ensino.
Se pensarmos no conteúdo gramatical, o currículo do Ensino Fundamental já agrega a maioria dos conteúdos gramaticais, sobrando pouco tempo para trabalhar a leitura e a Literatura.
Por conta disso, a opção da maioria dos professores é trabalhar a gramática.
E, ao que indica o viés será esse - ensino novamente calcado na Gramática.
Quanto ao Ensino Técnico ele volta a ter a função de atender as classes menos favorecidas.
Leia um pouco mais sobre o Ensino Técnico:
" De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país. Entre 2003 e 2010, o Ministério da Educação entregou à população as 214 previstas no plano de expansão da rede federal de educação profissional. Além disso, outras escolas foram federalizadas."
(...)
"Essa grande jornada teve início em 23 de setembro de 1909, quando o presidente Nilo Peçanha assinou o Decreto nº 7.566, criando dezenove "Escolas de Aprendizes Artífices", destinadas ao ensino profissional primário e gratuito para os "desafortunados". As escolas têm importante papel na história da educação profissional brasileira e foram os embriões da organização do ensino profissional técnico.
Durante as décadas de 1920 e 1930, grupos de educadores promoveram polos irradiadores da renovação da educação brasileira, em que foram postas em prática novas concepções de profissionais.
Em 1937, foi outorgada a Constituição que previa o ensino técnico, profissional e industrial; e a lei que transformou o nome de "Escolas de Aprendizes Artífices" para "Liceus Industriais" foi assinada. Essa mudança ocorreu pela própria necessidade de mudança dado o desenvolvimento industrial que o então presidente, Getúlio Vargas, almejava.
Seguindo essa cadeia de mudanças, nasceu a "Reforma Capanema", uma série de leis que modificou o sistema de ensino no país. O ensino profissional passou a ser considerado de nível médio, o ingresso nas escolas industriais passou a depender de exames de admissão e os cursos foram divididos em dois níveis: o curso básico industrial, artesanal, de aprendizagem e de mestria; e o curso técnico industrial."
Fonte: http://www.restinga.ifrs.edu.br/site/conteudo.php?cat=39&sub=151
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