13 de julho de 2009

Atividade de interpretação de texto - 7o ano

 Disciplina: Língua Portuguesa – 7ª série _____ -

 Data da aplicação: 13/07/2009 



NA ESCURIDÃO MISERÁVEL   (Fernando Sabino)

    Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava enquanto punha o motor em movimento. Voltei-me e dei com uns olhos grandes e parados como os de um bicho, a me espiar através do vidro da janela junto ao meio-fio. Eram de uma negrinha mirrada, raquítica, um fiapo de gente encostado ao poste como um animalzinho, não teria mais que uns sete anos. Inclinei-me sobre o banco, abaixando o vidro:

    - O que foi, minha filha? - perguntei, naturalmente, pensando tratar-se de esmola.

     - Nada não senhor - respondeu-me, a medo, um fio de voz infantil.

     - O que é que você está me olhando aí?

     - Nada não senhor - repetiu. - Tou esperando o ônibus...

    - Onde é que você mora?

    - Na Praia do Pinto.

    - Vou para aquele lado. Quer uma carona?

   Ela vacilou, intimidada. Insisti, abrindo a porta:

   - Entra aí, que eu te levo.

  Acabou entrando, sentou-se na pontinha do banco, e enquanto o carro ganhava velocidade ia olhando duro para a frente, não ousava fazer o menor movimento. Tentei puxar conversa:

   - Como é o seu nome?

   - Teresa.

   - Quantos anos você tem, Teresa?

   - Dez.

   - E o que estava fazendo ali, tão longe de casa?

   - A casa da minha patroa é ali.

   - Patroa? Que patroa?

Pela sua resposta, pude entender que trabalhava na casa de uma família no Jardim Botânico: lavava roupa, varria a casa, servia a mesa. Entrava às sete da manhã, saía às oito da noite.

     Hoje saí mais cedo. Foi 'jantarado'.

     - Você já jantou?

     Não. Eu almocei.

     - Você não almoça todo dia?

     - Quando tem comida pra levar de casa eu almoço: mamãe faz um embrulho de comida pra mim.

     - E quando não tem?

     - Quando não tem, não tem - e ela até parecia sorrir, me olhando pela primeira vez. Na penumbra do carro, suas feições de criança, esquálidas, encardidas de pobreza, podiam ser as de uma velha. Eu não me continha mais de aflição, pensando nos meus filhos bem nutridos - um engasgo na garganta me afogava no que os homens experimentados chamam de sentimentalismo burguês.

     - Mas não te dão comida lá? - perguntei, revoltado.

     - Quando eu peço eles dão. Mas descontam no ordenado. Mamãe disse pra eu não pedir.

     - E quanto é que você ganha?

    Diminuí a marcha, assombrado, quase parei o carro! Ela mencionara uma importância ridícula, uma ninharia, não mais que alguns trocados. Meu impulso era voltar, bater na porta da tal mulher e meter-lhe a mão na cara.

     - Como é que você foi parar na casa dessa... foi parar nessa casa? - perguntei ainda, enquanto o carro, ao fim de uma rua do Leblon, se aproximava das vielas da Praia do Pinto. Ela disparou a falar:

    - Eu estava na feira com mamãe e então a madame pediu para eu carregar as compras. E aí no outro dia pediu a mamãe pra eu trabalhar na casa dela, então mamãe deixou porque mamãe não pode deixar os filhos todos sozinhos e lá em casa é sete meninos fora dois grandes que já são soldados. Pode parar que é aqui moço, obrigado.

    Mal detive o carro, ela abriu a porta e saltou, saiu correndo, perdeu-se logo na escuridão miserável da Praia do Pinto...


1)  O texto é narrado em que pessoa do discurso? Justifique sua resposta com passagens do texto.

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2) “Dei com uns olhos grandes e parados como os de um bicho...”  “encostada ao poste como um animalzinho...” Por que o narrador compara a menina a um bicho e a um animalzinho?

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3) A menina disse que tinha 10 anos, mas o narrador achou que ela tivesse apenas 7. Que fatores o levaram a pensar isso?

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4) O penúltimo parágrafo do texto é a transcrição da fala da menina. O que o narrador quis demonstrar com a falta de pontuação nesse trecho?

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5) Leia o texto abaixo sobre Pitágoras para depois responder as questões:

 

Pitágoras nasceu aproximadamente em 570 a.C., na ilha grega de Samos, numa família modesta. Seu pai, Mnesarchus era de Tyre e sua mãe, Pythais era de Samos.

Segundo uma lenda, a pitonisa (mulher que supostamente consegue prever o futuro; profetisa) do oráculo de Delfos avisou os pais de Pitágoras que o filho esperado seria um homem de extrema beleza, inteligência e bondade, e iria contribuir de forma única para o benefício de todos os homens. Quando a criança nasceu, os seus progenitores chamaram-lhe Pitágoras em homenagem à pitonisa que havia previsto para ele uma vida incomum. Das lendas que cercam a vida de Pitágoras, algumas asseguram que ele na verdade não era um homem comum, mas sim um deus que tomara a forma de ser humano para melhor guiar a humanidade e ensinar a filosofia, a ciência e a arte.

Todos os fatos da aparência física de Pitágoras são possivelmente fictícios, exceto a descrição de uma marca de nascimento que tinha na coxa.

Desde a sua infância, Pitágoras revelou-se uma criança prodígio. Até aos 18 anos teve como mestre Hermodamas de Samos e mais tarde sofreu a influência de mestres como Ferécides de Siros, Pherekydes, Thales de Mileto e seu pupilo Anaximandro. Estes dois últimos teriam introduzido Pitágoras nas  idéias de matemática e de astronomia e Thales, em particular, por tê-lo aconselhado a viajar para o Egipto para aprender mais sobre estes temas.

Desde a sua juventude, Pitágoras realizou inúmeras viagens e peregrinações. Numa dessas, foi ao Egito, onde permaneceu cerca de 25 anos. Lá teria tomado parte de muitas conversas com sacerdotes, nos templos, de onde extraiu conhecimentos que fundamentariam o seu ensinamento futuro.

Aos 56 anos, aproximadamente, regressou à sua terra natal, Samos. As suas lições atraíram muitos discípulos, o que o estimulou a fundar uma escola. Mas, essa idéia fracassou em virtude da inimizade que criou com um tirano de Samos, Policrates. Partiu por isso para a Magna Grécia, na Itália, onde, em Crotona, fundou a sua desejada escola, que não era uma simples escola, mas sim uma comunidade filosófica, religiosa e política.

Os motivos que levaram à sua morte ainda são um grande mistério, bem como a data. Apenas se sabe que ocorreu por volta de 475a.C.

 

a) Este texto pode ser considerado uma biografia ou uma autobiografia? Justifique.

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b) Explique, com suas palavras, o que é uma biografia e quais as características de um texto biográfico.

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6) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte período:    A _____________ da obrigação e a _____________ não permitiam que ele percebesse a ___________ do ____________.

 

a) consciência - passiência - estensão – cançaço         

b) consciência - paciência - extensão - cansaço

c) conciência - paciênssia - extenção – cançasso                        

d) conciência - passiênssia - estenção - cansaço

e) consciência - passiência - extenção – canssaço

 

7) Assinale a alternativa em que TODAS as palavras estejam escritas corretamente:

 

a) chuchu, geito, vasio, pesquisar   b) chuchu, geito, vazio, pesquisar  c) chuchu, jeito, vazio, pesquisar

 

 



 


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