31 de agosto de 2012

Crônicas Finalistas - turma 802


Título

É quatro e meia da manhã e cá estou eu de pé novamente, pronta para mais um dia cheio.Tomar banho, me arrumar, tomar café, tudo tão rápido que parece que minha mente já esta programada e faz tudo no seu devido tempo , afinal um minuto a mais na mesa do café faz o meu dia todo se atrasar. Que vida de minutos contados essa minha, não?
Então vamos lá, esperar mais de meia hora em pé. Ele chegará às cinco, pontualmente. Nunca se atrasa, exceto quando eu não estou lá, é claro. Traz consigo várias pessoas, de várias formas , de vários jeitos , onde eu  encontro pessoas boas e  também  ruins, mas isso é o de menos, afinal nem me relaciono muito com elas. Não por não querer, não é isso, mas às  vezes fica difícil aguentar  uma música que eu não gosto de ouvir tocando, uma pessoa falando dos problemas dela do meu lado ou então aquela lá do fundo gritando ao telefone pra todo mundo ouvir a conversa dela  com sei lá quem. Tem certeza que  ainda vai me julgar por eu  não querer me relacionar com elas? Não, mas não sinta pena de mim, já estou habituada, se você tivesse que passar por isso todos os dias também se acostumaria. Por que ele nunca muda? Tentar mudá-lo tomaria muito tempo de sua vida, assim como eu, você tem muitas outras coisas a fazer.
            Sim, eu já tentei levar essas coisas para o lado positivo, inclusive algumas até se encaixaram por lá, mas têm outras que nem tentando muito conseguimos perceber  seu lado bom. Enfim, o ônibus é isso aí, essa mistura de jeitos, formas, tamanhos, essa mistura de pessoas que só desejam chegar ao ponto final. Todas essas pessoas, reclamando ou não têm o mesmo objetivo, chegar ao seu destino  e sair  logo dali, sabendo é claro que no outro dia terá que aguentar  tudo novamente. Assim como eu, que contando isso pra vocês, esqueci. Descerei na próxima parada. Mas não, eu não vou sumir, já que nos encontraremos esperando por ele qualquer dia desses.

Aluna: Rafaela Souza Oliveira

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O sonho de um garoto

      Há um garoto, dentro de uma escola com paredes riscadas e portas verdes desbotadas, que quer ser jogador de futebol. É o sonho dele, mas todos dizem que não vai alcançá-lo.
            O garoto, já o vi jogar. Tem manha, faz dribles rápidos. Discordo de quem disse que é “fominha”, o garoto vai atrás da bola, pois é isso que faz desde pequeno. Se cai, levanta. Se tropeça, continua chutando a bola.
            Ele costuma tirar o tênis para jogar: uma forma de ter um contato maior com a bola e a quadra. O garoto, mesmo que tenha muito a aprender, tem um coração enorme, desejando ser bom o suficiente.
Já faz algum tempo desde a última vez que o vi. No entanto, nunca me esquecerei quando lhe disseram “Ser jogador de futebol não é uma profissão de verdade”. Naquele instante o ato de desistir passou como um raio nos olhos do garoto. Mas o fato é que este é o sonho do garoto. Como tantos outros que vejo por aqui.
Ele buscava apenas ser especial. Consequentemente, se fosse milionário poderia comprar uma casa melhor para sua família, quem sabe fosse até mais valorizado... Mas este não era o principal ponto de seu sonho.
A vontade maior era ser conhecido, exclamarem na rua “Pô, cara! Tu joga muito”. Era se sentir especial por algo que amava fazer. Talvez fosse só aquilo que soubesse fazer.
A verdade é que o garoto cresceu. Cresceu com o tempo e a experiência, mas não sei se realizou seu sonho. Poderia ter desistido depois de tanta gente lhe falando que era besteira... No entanto, contrariando a todos, não desistiu, ainda joga futebol com paixão, com garra e fervor. Quase arranca a bola com o tanto de amor que tem.
Esse garoto eu sei que vai longe, e acho eu, representa milhões de garotos, cujo desejo é ser grande e bom, não ser apenas um jogador de futebol, mas O Jogador de futebol. É uma coisa que nasceu e veio naturalmente para eles. Essa vontade...

Aluna: Lyandra Costa da Silva

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Povo e dinheiro

            Em Florianópolis tem carros, ônibus, barcos, aviões, mas e trens?
            Trens? Que pergunta estranha.
            Nunca pensam em trens nesta cidade. Mas minha pergunta é “Por quê?”
            Será porque não temos espaço? Essa cidade não é tão pequena assim para não termos espaço.
            Ou será que é por falta de trabalhadores? Hum! Temos muitos trabalhadores nesta cidade, falta não vai ter.
            Mas afinal, qual é a verdadeira questão? O povo ou o dinheiro?
            Isso mesmo o dinheiro, não é por falta, mas sim por ganância.
            Esses governadores, deputados prefeitos e vereadores, não querem saber de gastar as verdinhas com a cidade. Eles gostam mesmo é de ter aquela mansão com seus vários carrões na garagem.
            São raras as vezes em que gastam a grana com a cidade. O povo tem que reivindicar seus direitos, para que sejam resolvidos os problemas. Aí sim, alguma coisa será feita.
            Mas até quando nos sentiremos prejudicados?
            Bom, até então eu não sei, mas quem sabe uma dia terei a resposta.

Aluna: Júlia Locks.

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Antes do fim

            Dia 31 de dezembro de 2008 ano novo, uma felicidade danada, a família toda reunida num dia de sol. Meus pais, meus avós muito felizes pois estavam para começar um novo ano e é risada de um lado e risada do outro, tomando a sua cervejinha e o seu mate. Mau avô e meu pai fazendo o pernil, minha mãe e minha avõ na cozinha. Eu estava ancioso esperando meus tios chegarem. Papo rolando e o primeiro casal de tios chegam e eu mais alegre e no decorrer do tempo chega o segundo casal de tios, ai eu fui a loucura, pois meu primo tinha um Playstation I.
            Quando esses meus tios chegam, meu avô vai para sua casa para tomar seu banho e se arrumar, pois já eram oito e meia da noite. Passaram-se as horas e ele não chegava, minha mãe passou a se preocupar. Já eram onze e quarenta quando minha mãe resolveu ir até a casa dele pra ver que demora era aquela.. Ela chamou... Chamou, mas ninguém atendeu. Ela subiu correndo, falando só pro meu pai:
            - Bora, o pai não tá abrindo a porta.
            Eles desceram correndo. Às onze e cinquenta, conseguiram arrombar a porta. Quando entraram, viram meu avô no chão com as mão no peito e se debatendo, faltando pouco mais de três minutos para a meia-noite. Fui pra casa dele correndo e vi uma ambulância parada em frente a casa dos meus avós.
            Vi minha mãe chorando e pensei o pior e, nesse momento, eu ainda não sabia que i pior estava por vir. Consegui entrar na casa e os vi tentanto dar um jeito do meu avô parar de se mexer e eu vi ele se debatendo e nisso minha mãe botou as mãos nos meus olhos.
            Saí correndo para casa. Cheguei com os olhos cheios de lágrimas, então minha irmã olhou para os meus olhos e começou a chorar também. Parece que ela leu meus pensamentos, eu dei um abroço forte nela e falei:
            - Deve estar tudo bem, eu estou aqui.

Aluno: Alex Sandro Bongalhardo da Silva.

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Liberdade Restrita

                A aparente calma do meu bairro não transmite as restrições em que vivemos, às vezes, disfarçamos, mas sabemos que a violência está por toda parte.
                Ao andar por uma rua à noite, não há quem não sinta “um frio na barriga", pois hoje em dia a violência não tem mais limites. A maldade está por toda parte! Tanto em ricos, pobres e até quem devia nos proteger (como policiais etc). Muitas leis de hoje não fazem sentido, do que adianta os policiais “prenderem” se a “justiça” solta.
Quando adolescentetodo mundo almeja ter mais liberdade (independência), mas nossa liberdade é restrita, pois estamos expostos à violência que nos cerca dia a dia.
Às vezes, a obscuridade da vida tapam a realidade e nos deixam com a sensação de um mundo melhor, sendo que o mundo é muito diferente do que passa em filmes, novelas, teatros etc. A maioria sempre acaba com final feliz, podemos ficar esperançosos de que no final tudo vai ficar bem, mas de certa forma distorce uma realidade diária.

Aluno: Saymon Lincoln

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Lugar que vivo

                Resido numa ampla casa com meus pais e meus irmãos e uma irmã mais velha. Eu posso me considerar uma menina de sorte porque pertenço a uma classe média onde nada de material nos falta.
                O meu problema é minha irmã que vive implicando comigo nas mais pequenas coisas. E aqui em casa, por ela ser muito estudiosa, ela sempre está certa, mesmo quando está errada. Acho que isso é uma injustiça porque embora não tenho notas tão altas na escola, nunca reprovei de ano. E o que escuto é sempre isso “Ana terá um belo futuro”, já eu não sabemos ao certo. Escuto tudo calada, mais por dentro fico muito irritada e penso que um dia vou mostrar a eles que vencerei na profissão que escolherei para mim.
                Quanto a sentimentos, como afetividade, é raro por aqui, na verdade o carinho que recebo do meu pai é a minha mesada, porém eu gostaria de receber mais do que isso. O que eu queria mesmo era um abraço ou um elogio quando me dou bem nas provas. Infelizmente parece que na adolescência deles foram tratados do jeito que eu sou tratada.
Assim é o lugar que eu vivo: um misto de cobrança e discussão o tempo todo. O lugar que eu vivo tranquila está dentro de mim – a minha imaginação.

Aluna:  Erika Silviane da Silva

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