Os diferentes níveis de leitura
(Andréa Machado/ Edson Teixeira )
Ler é uma atividade muito mais complexa do que a simples interpretação dos
símbolos gráficos, de códigos, requer que o indivíduo seja capaz de interpretar
o material lido, comparando-o e incorporando-o à sua bagagem pessoal, ou seja,
requer que o indivíduo mantenha um comportamento ativo diante da leitura. Para
que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para a compreensão do
material lido, senão tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em nossa
memória sem uso, até que tenhamos condições cognitivas para utilizar.
De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas até termos
condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são
cumulativos e vão sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente
toda a nossa leitura.
O PRIMEIRO NÍVEL é elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler é
uma capacidade cerebral muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas
conhecermos os códigos, a gramática, a semântica - é preciso que tenhamos um
bom domínio da língua.
O SEGUNDO NÍVEL é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funções
específicas: primeiro, prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda
e, sendo, para que tenhamos chance de escolher qual material leremos,
efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impressão sobre o livro.
É a leitura que comumente desenvolvemos "nas livrarias" .
Nela, por meio do salteio de partes, respondem basicamente às seguintes
perguntas:
- Por que ler este
livro?
- Será uma leitura
útil?
- Dentro de que
contexto ele poderá se enquadrar?
Estas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando
usar de imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando
preconceitos.
Se você se propuser a ler um livro sem interesse, com olhar crítico,
rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o aproveitamento será muito
baixo.
LER é..
Armazenar informações
Desenvolver
Ampliar horizontes
Compreender o mundo
Comunicar-se melhor
Escrever melhor
Relacionar-se melhor com o outro
Armazenar informações
Desenvolver
Ampliar horizontes
Compreender o mundo
Comunicar-se melhor
Escrever melhor
Relacionar-se melhor com o outro
Os passos da pré-leitura
O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edição do livro, fazer um
folheio sistemático: ler o prefácio e o índice (ou sumário), analisar um pouco
da história que deu origem ao livro, ver o número da edição e o ano de
publicação. Se falarmos em ler um Machado de Assis, um Júlio Verne, um Jorge
Amado, já estaremos sabendo muito sobre o livro, não é? É muito importante
verificar estes dados para enquadrarmos o livro na cronologia dos fatos e na
atualidade das informações que ele contém. Verifique detalhes que possam
contribuir para a coleta do maior número de informações possível. Tudo isso vai
ser útil quando formos arquivar os dados lidos no nosso arquivo mental!
A propósito, você sabe o que seja um prólogo, um prefácio e uma introdução?
Muita gente pensa que os três são a mesma coisa, mas não:
PRÓLOGO: é um comentário feito pelo autor a respeito do tema e de sua
experiência pessoal.
PREFÁCIO: é escrito por terceiros ou pelo próprio autor, referindo-se ao tema
abordado no livro e muitas vezes também tecendo comentários sobre o autor.
INTRODUÇÃO: escrita também pelo autor, referindo-se ao livro e não ao tema.
O segundo passo é fazer uma leitura superficial. Pode neste caso aplicar as
técnicas da leitura dinâmica.
O TERCEIRO NÍVEL é conhecido como analítico. Depois de vasculharmos bem o livro
na pré-leitura, analisamos o livro. Para isso, é imprescindível que saibamos em
qual gênero o livro se enquadra: trata-se de um romance, um tratado, um livro
de pesquisa e, neste caso, existe apenas teoria ou são inseridas práticas e
exemplos. No caso de ser um livro teórico, que requeira memorização, procure
criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, VEJA, realmente, o que está lendo,
dando vida e muita criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai
acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é ser capaz de resumir o
assunto do livro em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso, pois o
encadeamento das idéias já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o
livro, do início ao fim. Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este momento!
Fique atento!
Aproveite todas
as informações que a pré-leitura ofereceu.
Não pare a leitura para buscar significados de palavras em dicionários ou sublinhar textos - isto será feito em outro momento! |
O QUARTO NÍVEL de leitura é o denominado de controle. Trata-se de uma leitura
com a qual vamos efetivamente acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente,
os termos desconhecidos de um texto são explicitados neste próprio texto, à
medida que vamos adiantando a leitura. Um mecanismo psicológico fará com que
fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos a resposta. Caso
não haja explicação no texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do
dicionário.
Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o livro e o ato de interromper a
leitura não vai fragmentar a compreensão do assunto como um todo. Será, também,
nessa etapa que sublinharemos os tópicos importantes, se necessário.
Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto próximo a eles,
visando principalmente a marcar o local do texto em que se encontra,
obrigando-o a fixar a cronologia e a seqüência deste fato importante,
situando-o no livro.
Aproveite bem esta etapa de leitura!
Para auxiliar no estudo, é interessante que, ao final da leitura de cada
capítulo, você faça um breve resumo com suas próprias palavras de tudo o que
foi lido.
Um QUINTO NÍVEL pode ser opcional: a etapa da repetição aplicada. Quando lemos,
assimilamos o conteúdo do texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que
tenhamos prática, ou seja, que tenhamos experiência do que foi lido na vida.
Você só pode compreender conceitos que tenha visto em seu cotidiano. Nada como
unir a teoria à prática. Na leitura, quando não passamos pela etapa da
repetição aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos quando
queremos evocar o assunto. Para evitar isso, faça resumos! Observe agora os
trechos sublinhados do livro e os resumos de cada capítulo, trace um diagrama
sobre o livro, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras. Procure
associar o assunto lido com alguma experiência já vivida ou tente
exemplificá-lo com algo concreto, como se fosse um professor e o estivesse
ensinando para uma turma de alunos interessados. É importante lembrar que
esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias posteriores. Isto quer
dizer que devemos fazer pausas durante a leitura e ao retornarmos ao livro,
consultamos os resumos. Não pense que é um exercício monótono! Nós somos
capazes de realizar diariamente exercícios físicos com o propósito de melhorar
a aparência e a saúde. Pois bem, embora não tenhamos condições de ver com o que
se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando melhoramos nossas
aptidões como o raciocínio, a prontidão de informações e, obviamente, nossos
conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um método
de leitura eficiente e rápido.
Fonte: TP - Gestar II
Os benefícios da leitura são incontestáveis. Percebo em minha prática de sala de aula que Todos os melhores alunos são, indiscutivelmente, excelentes leitores. Eis alguns argumentos da importância da leitura:
A leitura é importante em todos os estágios da vida. Ela deve começar desde muito cedo.
Como destaca o artigo Leitura na Educação Infantil (Disponível em: http://www.rioeduca.net/blogViews.php?bid=14&id=3045).
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