Você já leu o livro "o irmão alemão" de Chico Buarque?
Conhece um pouco da polêmica que envolve a história?
É ficção ou são fatos reais?
Circulo de Leitura:
O 80o encontro do Círculo de Leitura teve início com a sala lotada. Todos ávidos pelas informações do professor-historiador João Klug, responsável pela pesquisa que localizou o irmão de Chico Buarque na Alemanha.
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Contudo, como de costume, no primeiro momento cada participante apresenta-se e apresenta o que está lendo. Foram tantas indicações e falas tão apaixonadas que fiquei ouvindo e esqueci de anotá-las.
Em seguida o professor João Klug deu início a sua narrativa.
Falo "sua narrativa" por que o irmão, até então ficção, engendrou-se à vida real.
"A grande ficção é o que está fora dos livros - a vida real".
O relato dos meandros da pesquisa, as relações imbricadas e, principalmente, os relatos de pessoas e em locais inusitados deram relevância à pesquisa e a fizeram ter um final exitoso.
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fONTE DA CARTA
"Na Alemanha, João Klug pediu ajuda ao amigo e museólogo Dieter Lange. Especialista neste tipo de buscas, foi de grande importância para chegar às respostas que Chico Buarque tanto queria. A mulher com quem o pai do artista teve um romance, em 1930, era atriz de cabaré. Sergio Günther só descobriu alguma informação sobre seu pai biológico aos 22 anos, mas tudo era vago. O jovem acreditava ser filho de um diplomata de um país latino-americano. Com a comunicação dificultada pelo contexto de guerras e restrições governamentais, Günther nunca obteve mais detalhes sobre seu pai.
O irmão de Chico Buarque foi uma figura exponencial dentro da estrutura artística da Alemanha Oriental. Entrou para o coral do exército aos 16 anos e a partir daí construiu carreira solo como cantor e apresentador de TV. Em um dos programas, chamado Berlin bleibt Berlin [Berlim permanece Berlim], Günther saía pelas ruas fazendo entrevistas com o objetivo de mostrar como tudo funcionava bem na Alemanha Oriental. Algumas imagens desta época estão guardadas nos rolos de filme da TV estatal alemã, arquivos resgatados e analisados por Chico Buarque."As descobertas foram enviadas a Chico Buarque, pela editora de seu livro. Na semana seguinte, o artista fez contato com o professor João Klug, entusiasmado e disposto a acompanhar de perto as buscas por seu irmão. “Reservei três semanas para me dedicar somente a isto. Primeiro rastreamos informações do pai, do irmão e ainda conseguimos encontrar a cunhada e a sobrinha-neta do Chico. Promovi o encontro entre eles e fiquei de papagaio de pirata, traduzindo tudo que elas diziam.”, contou Klug."
Traçar rotas, percorrer labirintos em busca do tesouro. Um caçador de memórias. Eis que o historiador também é capturado pela ficção. A História não consegue divisar a linha tênue entre ficção e realidade. A barreira foi rompida.
Eis que conhecemos o irmão alemão "Sergio Gunther" e, por ironia do destino, também cantor.
Comparação entre Chico e Sérgio
Fonte da imagem: Cotidiano.sites.ufsc.b
Eu e o professor João Klug
Alguns dos participantes do Círculo de Leitura.
Foi um grande privilégio para quem esteve presente a este encontro!
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