17 de fevereiro de 2016

O "verdadeiro" desafio da maternidade

Recebi o "desafio da maternidade" de várias amigas pelo Facebook. O "desafio" consiste em copiar a seguinte mensagem:
Resultado de imagem para apartir ou a partir"fui desafiada por algumas amigas a postar algumas fotos de meus filhos/ desafio maternidade/ FILHOS UMA BENÇÃO DE DEUS, estão ai algumas fotos de meus filhos, o dia que me tornei mãe vi o quanto sou uma pessoa abençoada, ser mãe é maravilhoso.. é um desafio diário.. mas é o melhor de todos, amo meus filhos acima de tudo, desafio minhas amigas e grandes mamães"
Em seguida, é preciso marcar algumas amigas e postar fotos com momentos felizes da maternidade.
Por dias fiquei sem responder ao desafio, mas as indicações continuavam a aparecer. Por fim decidi realmente falar sobre "O DESAFIO DA MATERNIDADE".
1. Descobrir-se grávida
A certeza de estar grávida é uma ideia apavorante. Não sabemos exatamente o que nos espera. Sabemos que engordaremos (essa ideia também nos apavora) e que daremos à luz, mas precisar as sensações e medos vividos durante os nove meses é quase indescritível. Mas tentarei fazê-los.
Há momentos de alegria, momentos de medo. 
Os medos são diversos.
Há o medo de perder o bebê ou que algo de ruim aconteça com ele (que tenha alguma doença etc). Situação que se agrava, principalmente, com o que outras pessoas nos falam durante e sobre a gestação. Sempre têm histórias de alguma conhecida sobre tudo, geralmente trágicas.
Há o medo da transformação que ocorrerá com o nosso corpo. E sabemos que a sociedade nos cobra a perfeição. Vemos barrigas bonitas, mas não nos avisam das estrias, varizes, dores terríveis nas costas, trombose, diabetes, pressão alta ou ainda outros males que podem nos acometer.
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Há o medo do futuro. Não sabemos o que enfrentaremos. Há o medo de ficarmos sozinhas. Há o medo de não termos coragem, pois ouvimos que todas as mulheres de nossa família foram "fortes". Logo, não podemos falhar.
Há o medo do parto normal ou cesáreo. Há o medo por estar grávida.
Fora esses momentos de medo, a gravidez é uma delícia. 
São sensações maravilhosas, mas sempre entrecortadas por pensamentos temerosos. Não há um bom momento que não apareça com uma sombra de medo.
A alegria é imensa quando tocamos nossa barriga e sentimos o bebê mexer, contudo percebemos o tamanho da barriga e pensamos "bobagens". Quando dividimos os medos que sentimos é assim que nos acalmam: "Pare de pensar bobagens". O conselho funciona.
Sobrevivemos aos noves meses com certa estabilidade emocional.
2. O parto - É APAVORANTE.
Sabemos que temos de enfrentá-lo, mas confesso que tive vontade de fugir. E como todas as mulheres da minha família: fui corajosa. Ante a impossibilidade de um parto normal, a equipe médica optou pelo parto cesáreo. Nesse tipo de parto, é comum ouvirmos de muitas gestantes "senti só uma picadinha" quando se referem à anestesia. Mas isso não é verdade. Apesar da delicadeza do médico (no meu caso) é desconfortável. Além de ser acompanhada da ideia apavorante - a possibilidade de ficar paraplégica.
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Finalmente, com a anestesia já aplicada sentimos que arrancam nossas estranhas. E o tempo até o bebê chorar é uma eternidade, vem acompanhado de uma mal estar e aumento de pressão. Quando ouvimos o bebê chorar e nos dizem que está tudo bem com ele ao mesmo tempo que nos mostram o seu rostinho e o vemos em uma fração de segundos, este é realmente um momento mágico. Logo interrompido pela sensação de que estão colocando nossas entranhas no lugar. Em poucos minutos começamos a sentir os efeitos colaterais da anestesia: muito frio e  tremores incontroláveis.
Então no quarto finalmente podemos olhar para nosso filho e ficar desesperada definitivamente, vem a sensação e  a certeza de que somos os responsáveis por ele. Mas como iremos criá-lo? Como educá-lo? Não sabemos nada do que teremos de fazer nos próximos cinco minutos, no primeiro ano ou nos próximos anos. É uma incógnita. Mas somos mães. Sobrevivemos à maternidade.
O real desafio à maternidade é conseguirmos sobreviver a ela com os menores traumas possíveis. E conseguimos. Contudo, se realmente fôssemos preparadas para uma maternidade real, tudo seria mais fácil...


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