17 de abril de 2016

Mulheres à grega: "Belas, recatadas e do lar"

Quando pensamos, falamos ou lemos sobre a Grécia  um dos destaques certamente será o do modelo político adotado/criado por eles - A DEMOCRACIA.

O modelo democrático grego serviu e serve até hoje.
Contudo, nessa democracia eram excluídos os escravos, as crianças e as mulheres.
(Alguma semelhança com o modelo democrático sugerido por alguns "representantes" do povo?)
Sim, as mulheres!
As mulheres sequer poderiam participar de cerimônias que fizessem oferendas - essa tarefa era masculina. Os homens é que tinha a conexão com os deuses, não as mulheres. Em algumas situações participavam de cerimoniais religiosos.

Para as damas da high society grega não havia nenhuma atividade que pudessem exercer: não eram escribas, políticas, estudiosas etc. Aliás, as mulheres não era permitido a educação.
 Somente às mulheres das classes baixas era permitido trabalhar para prover o sustento da família.
As demais não tinham sequer o direito de sair à rua desacompanhadas de um exemplar masculino.
Contudo, havia mulheres que tinham habilidade para a dança, o canto ou a conversa (retórica), estas eram frequentemente encontrada desacompanhadas pelos salões e festas - eram as cortesãs. Mulheres respeitáveis somente sob a tutela de um exemplar masculino.

Segundo alguns historiadores - exceções em Creta (e também em Esparta) - pois lá  as mulheres tinham acesso a atividades e espaços masculinos.
Veja mais no blog: Uma brasileira na Grécia
Outras fontes: As mulheres da Grécia antiga - As mulheres em Atenas e Esparta -
A mulher da Grécia antiga e possíveis aspectos da cultura grega na contemporaneidade
Muito tempo se passou e, contemporaneamente, a discussão que veiculou na mídia na última semana foi a exaltação da mulher decorativa - aquela aos moldes gregos.
Nós, mulheres, que tanto lutamos pela igualdade de gênero não podemos permitir que informações seja manipuladas a tal ponto de incutir ideias tão retrógradas como da mulher-objeto.
Cada mulher pode optar por ocupar e ser o que quiser. Essa é a liberdade pela qual tanto lutamos.
Queremos trabalhar, queremos poder optar por não trabalhar e dedicar-se aos filhos, mas queremos acima de tudo que esse poder de escolha seja consciente.
Seja realmente a escolha que cada uma de nos quer fazer e não que alguém nos obrigue.
Ter direito à educação e acesso aos bens culturais nos integra a sociedade e nos torna agentes da democracia na qual vivemos.
E se quisermos também poderemos ser:
 "belas, recatadas e do lar";
"belas, nada recatadas e da rua";
"belas, sem recato nenhum e sem lar";
"querer outro tipo de beleza, outro tipo de comportamento e viver/percorrer/conhecer outros lugares"...
Para muitas mulheres, o LAR é o próprio corpo.






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