10 de julho de 2016

O "preço" e o apreço durante a passagem da tocha olímpica em Florianópolis

Ao assistir a "passagem" da tocha olímpica por Florianópolis dois sentimentos vêm à tona:
o primeiro de empolgação por participar de um evento histórico e o segundo de indignação com tamanha"organização" para promover um símbolo tão distante da maioria da população brasileira.
O custo do evento, na verdade, é distribuído  entre as empresas patrocinadoras dos jogos olímpicos (Coca Cola, Bradesco, Nissan) e o governo (nas três esferas) através de vários segmentos: Correios, Polícia Federal, Polícia Civil e Militar, Secretaria de Esporte e Cultura, Guarda Municipal entre outras entidades.

Programação em FlorianópolisCabeceira da Ponte Hercílio Luz: início às 13h30min
Atrações: apresentações de ginástica artística, Boi de Mamão, Folia do Divino, Terno de Reis, Banda da Polícia Militar, Valdir Agostinho e Banda
Atrações: apresentações de Taekwondo, Boi de Mamão, Orquestra de Cordas da Ilha e show da cantora Marjory Porto
Atrações: apresentações de boxe e show com a Banda John Bala Jones
Atrações: final do Campeonato de Futebol UFSC, Bateria das Atléticas do CTC, apresentações de Boi de Mamão, Édio e Thiago e Valdir Agostinho eBanda
Largo da Catedral: inícioàs 14h
Madre Benvenuta, emfrente a ACOJAR: início às 15h
UFSC: início às 13h
Trapiche da Beira-Mar Norte: início às 16h
Atrações: shows com asbandas Expresso Rural, Dazaranha, NX Zero e Ludmilla
Fonte: Diário Catarinense
O custo da estrutura organizada aqui em Florianópolis ainda não foi informado, mas certamente foi um valor considerável, a imaginar pela estrutura organizada, principalmente, na Avenida Beira Mar Norte.
Para cada pessoa que conduz a tocha o custo gira em torno de dois mil reais, desse modo cada condutor deveria arcar com as despesas. Contudo, os patrocinadores decidiram "doar" o valor para os atletas convidados por eles para a condução da tocha.
Fonte: Quanto custa um dia de revezamento da tocha olímpica

Quanto às necessidades ou não dos gastos, certamente não há consenso e, certamente há urgências em outros setores.
E que há uma supervalorização do consumo, isso é inevitável. Basta imaginar a associação da Coca Cola ao esporte. Imagem antagônica, mas comercialmente possível.
Como foram os preparativos na Universidade Federal de Santa Catarina - último local para o revezamento da tocha (em Florianópolis no dia 10/07/2016)
A movimentação pelo campus começou a aumentar por volta das 16 horas. Famílias iam pouco a pouco chegando para aproveitar o domingo ensolarado.














A chegada da tocha estava prevista para às 17 horas. E, às 16:45 chegou o carro do Comitê Organizador.
Logo em seguida chegou a comitiva dos patrocinadores: Bradesco, Coca Cola e Nissan. Os patrocinadores não "economizaram" no barulho e no quesito "chamar a atenção e impressionar", tampouco disfarçaram no objetivo real: o marketing.
Perdi a conta de quantos carros ao todo compunham a comitiva.
Havia um ônibus com os atletas que participaram do revezamento.

Seguido por um caminhão que distribuía brindes: viseiras, tochas de borracha, abanadores etc. E, obviamente, refrigerantes ao público.
E um potente carro trio-elétrico anunciava a alegria propiciada pelo esporte...
O Bradesco era representado por meninas com patinetes motorizados que eram acompanhadas por um caminhão que também distribuía brindes.












A Nissan com um carro que contemplava um telão (sei lá que tecnologia tinha) em alta resolução com dois percussionistas. A qualidade das imagens e do som, além do design do carro impressionavam.



 As bandeiras também eram carregadas por pessoas que representavam os patrocinadores oficiais,
a pé ou em carros abertos.

Mais um ônibus que levava a equipe de apoio.




Foi, sem dúvida, o ápice do evento. Além dos aplausos acalorados e de gritos da plateia que assistia. O que impressionava era a estrutura necessária pra "promover" ou "proteger" a tocha.






E na Beira Mar Norte o "espetáculo" foi ainda maior. Mais pomposo e, certamente, bem mais caro.













Enquanto a tocha passa, tapam-se buracos, pintam-se os meio-fios, promovem-se espetáculos.
É o famoso pão e circo.
Depois que a tocha passou, fica somente o vazio. De uma alegria momentânea e de impostos que poderiam ser melhor empregados.
Mas há quem defenda e há quem critique!
Sentimentos de apreço pelo espetáculo.
Investimentos e investimentos!

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