1 de agosto de 2016

Sonhava em ter a perna ou o braço engessado

Quando criança achava o máximo quando algum colega de sala aparecia com gesso.
Rolava uma "inveja". Assim que chegava o quebrado, todos se reuniam ao redor, faziam uma infinidade de perguntas ao mesmo tempo, querendo saber como fora o acidente.
Na maioria das vezes, não era um acidente qualquer. Era uma novela. Com começo, meio e fim.
Com direito a suspense.
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O momento que se seguia após todos saberem que fulano quebrou o braço era assinar.
Sempre tinha alguém com um conjunto de canetinhas com muitas cores, então essa pessoa gentilmente emprestava as canetinhas (às  vezes sob ameaças) para que cada colega fizesse um desenho ou escrevesse uma frase no gesso.
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Era aquela algazarra. Principalmente, porque dependendo de quem assinasse ou escrevesse algo mais comprometedor virava motivo de piada.
Diante dessa muvuca toda rolava uma vontade de experimentar essa sensação.
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Mas, felizmente ou infelizmente, nunca aconteceu comigo. Pura frustração!
E olha que vivia perigosamente. Como dizia minha avó: "Teu anjo da guarda é forte".
Acho que sim!.


Então fui pesquisar as causas de fraturas em crianças pra tentar explicar meu caso.
No site do JORNAL GAZETA DO POVO faz-se um ranqueamento dos principais motivos de quedas e, consequentemente, fraturas.
Veja a seguir: 

Ranking
1 As quedas de bicicleta ocupam o primeiro lugar entre as ocorrências mais comuns que levam a fraturas em crianças e adolescentes
2 Quedas de skates e patinetes
3 Lesões em cama elástica e brinquedos infláveis
4 Traumas decorridos da violência em vias públicas, como atropelamentos e quedas de garupas de motos. A participação de crianças e adolescentes em acidentes de trânsito vem aumentando nos últimos anos
5 Quedas dentro de casa, como as provocadas por escadas ou pela diferença de elevação em pisos
Lendo esse ranking percebi que ele é "moderno" demais para minha infância ou financeiramente inviável.
1. Não tinha bicicleta, andávamos de "carreta" e se houvesse quedas eram somente esfolões ou pedaços de pele que saiam.
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Quando, finalmente, tive bicicleta sofri algumas quedas, mas sem maiores danos.
2. Sem skates ou patinetes. O máximo de velocidade era sentar na folha de um coqueiro (papelão ou mdf) e descer ladeira abaixo.
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3. Nunca fomos em cama elástica. As quedas eram de árvores, de balanço, pulando corda, jogando taco, brincando de pega-pega.
4. Morava em uma pequena cidade. Pouquíssimas crianças foram vítimas de atropelamentos por automóveis. Os casos mais corriqueiros eram atropelamentos por bicicletas ou ficar distraído e ser "atropelado" por alguém descendo a ladeira.
5. Pouco ficávamos dentro de casa. E caso caíssemos, nos levantávamos mais rápidos do que fora a queda. Pois, corria-se o risco de levar uns petelecos pra deixar de ser lerdo.
Bem, esse ranking também não me serviu de consolo.
A explicação mais lógica para uma infância vivida tão perigosamente e nenhuma fratura acho que pode ser explicada pelo excesso de cálcio nos ossos.
Só pode!

eja a seguir:

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