Em reportagem do Diário Catarinense:
SC MUDA REGRA PARA APROVAÇÃO ESCOLAR E ALUNO PODERÁ PASSAR DE ANO MESMO REPROVADO EM DISCIPLINA
A mudança, na verdade, sugerida pelo Conselho Estadual de Educação não é nenhuma novidade. Já tivemos em outros momentos a aplicação da chamada PROGRESSÃO PARCIAL.
Na rede pública era conhecida como DEPENDÊNCIA. A extinção desse projeto se deu pela sobrecarga de trabalho, principalmente, aos professores das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Química e Física. Disciplinas com os maiores índices de repetência. Além de falhas na aplicação, diferenças de entendimento e uma serie de entraves.
A Resolução do Conselho Estadual de Educação (CNE) baseia-se segundo
"O relator da resolução, Pedro Ludgero Averbeck, defende que são normas baseadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 1996:
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– Tem escolas que reprovam o aluno no terceiro ano do ensino médio em uma disciplina e determinam que o aluno repita todas as disciplinas e pague de novo, se for particular. Isso é incoerente com a legislação. Estudos concluídos com êxito não se repetem, assim como frequência cumprida – defende."
Concordo com a diretriz, contudo, a sua aplicabilidade (foi) e é equivocada.
Não houve, na primeira vez uma discussão com os professores. E novamente agora, se quer fomos consultados. Não houve uma discussão efetiva para sua implementação e para evitar os erros do passado.
Por exemplo, eu professora de Língua Portuguesa tenho que cumprir dentro da minha carga horária de 40 horas, 32 aulas dadas e mais oito horas de hora atividade. Na primeira vez que foi implementada a Progressão Parcial (dependência), o aluno que reprovasse deveria frequentar o a sua turma normal e no contra-turno fazer a dependência. Por exemplo, o aluno do oitavo ano matutino reprovou em Português e Matemática. No ano seguinte ele frequentaria o nono ano no período matutino e no vespertino frequentaria o oitavo ano, participando das disciplinas do ano anterior. Muitos problemas surgiram:
1) Como o aluno que não conseguiu vencer os conteúdos mínimos do ano anterior daria conta concomitantemente do conteúdo do ano anterior mais o conteúdo regular do ano? Se pensar no ensino Fundamental II, os conteúdos de uma série são pré-requisitos para o conteúdo do ano seguinte. Além disso, o aluno está em uma turma diferente da sua. Os problemas de socialização são muitos.
2) Muitos alunos da dependência não davam conta de atender nem o conteúdo de uma série, nem de outra e reprovavam novamente. Muitos ainda reprovavam for frequência. Mas esses índices da reprovação na dependência não contavam para os índices de reprovação (pois essa matrícula era temporária, era como se o aluno da dependência não existisse). Ou em muitos casos ainda havia uma "facilitação" para a aprovação.
3) Os horários das aulas não conseguem atender esses alunos, de forma que muitas vezes o aluno deverá vir para a primeira aula e a última. O que fazer com esse aluno ocioso na escola que não profissionais de apoio para dar-lhe atenção? E como a escola vai organizar-se com a entrada e saída desses alunos?
4) Os alunos em dependência poderiam frequentarem qualquer escola da rede. Não precisava ser efetivamente a escola na qual frequentavam regularmente. Assim, muitas escolas recebiam muitos alunos, que tinham a obrigação de atender como os demais alunos, contudo nos documentos oficiais esses alunos não eram contabilizados.
5) Turmas superlotadas, pois os alunos em dependência não contavam como aluno da turma. Assim, você tinha 35 alunos regularmente matriculados em sala com mais alunos de dependência.
6) Não havia nenhum tipo de bonificação para o professor com essa sobrecarga de trabalho e esse acréscimo de alunos.
7) Esses alunos em dependência não entram no valor por aluno recebido para a merenda, logo não poderiam participar do lanche com os demais alunos, pois a empresa terceirizada recebe por aluno matriculado e a matrícula desse aluno já está condicionada em outro turno letivo, o mesmo número não pode ser contabilizado na distribuição da merenda.
2) Muitos alunos da dependência não davam conta de atender nem o conteúdo de uma série, nem de outra e reprovavam novamente. Muitos ainda reprovavam for frequência. Mas esses índices da reprovação na dependência não contavam para os índices de reprovação (pois essa matrícula era temporária, era como se o aluno da dependência não existisse). Ou em muitos casos ainda havia uma "facilitação" para a aprovação.
3) Os horários das aulas não conseguem atender esses alunos, de forma que muitas vezes o aluno deverá vir para a primeira aula e a última. O que fazer com esse aluno ocioso na escola que não profissionais de apoio para dar-lhe atenção? E como a escola vai organizar-se com a entrada e saída desses alunos?
4) Os alunos em dependência poderiam frequentarem qualquer escola da rede. Não precisava ser efetivamente a escola na qual frequentavam regularmente. Assim, muitas escolas recebiam muitos alunos, que tinham a obrigação de atender como os demais alunos, contudo nos documentos oficiais esses alunos não eram contabilizados.
5) Turmas superlotadas, pois os alunos em dependência não contavam como aluno da turma. Assim, você tinha 35 alunos regularmente matriculados em sala com mais alunos de dependência.
6) Não havia nenhum tipo de bonificação para o professor com essa sobrecarga de trabalho e esse acréscimo de alunos.
7) Esses alunos em dependência não entram no valor por aluno recebido para a merenda, logo não poderiam participar do lanche com os demais alunos, pois a empresa terceirizada recebe por aluno matriculado e a matrícula desse aluno já está condicionada em outro turno letivo, o mesmo número não pode ser contabilizado na distribuição da merenda.
Há uma serie de entraves práticos que se quer foram debatidos. Em outro momento a implementação não deu certo. Na época, implantado com o mesmo objetivo: reduzir o índice de repetência. O programa ficou 2 ou 3 anos (não recordo) e quando cumpriu o seu objetivo foi extinto. Acredito que uma implementação, assim, novamente hierárquica, tenta maquiar os altos índices de reprovação. Dessa maneira, estamos fadados a cometer os mesmos erros de outros momentos. Não adianta tentar coisas mirabolantes no momento extremo da reprovação. Mas deveríamos pensar é em como a reprovação poderia ser evitada.
NÃO ADIANTA SE MAQUIAR A FALHA É PRECISO EVITAR QUE O ERRO ACONTEÇA.
"UMA TRAGÉDIA É UMA SUCESSÃO DE ERROS"
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