UNOESC -
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
CAMPUS DE
SÃO MIGUEL DO OESTE - SANTA CATARINA
PESQUISA DE CAMPO:
Influências da 2a Guerra Mundial
ACADÊMICAS:
Rosane Hart
Silvana Tonello Nós
Teresinha Mânica
Mützemberg
CURSO:
Letras Português / Alemão
PERÍODO: 3O
Período
PROFESSORA:
Heidi Biehl
São Miguel
do Oeste (SC), agosto de 1998.
INTRODUÇÃO
A
referida pesquisa de campo tem o intuito de satisfazer dúvidas surgidas com
referência a 2a Guerra Mundial, suas verdadeiras razões, se eram ou
não conhecidas pelos descendentes de alemães que na época, viviam no Brasil.
Temos o conhecimento que houveram perseguições aos nossos antepassados, até que ponto serão verdadeiras essas informações? E, o que pensam hoje sobre a Guerra, pessoas que viveram esse período?
Primeiro estrevistado: Sr. Emanuel Grimm
Entrevista com o Sr.
Emanuel Grimm, nascido na cidade de Santo Cristo, Rio Grande do Sul, no ano de
1928, tendo o terceiro grau em História e Geografia.
A
família Grimm, residia no interior do município de Santo Cristo, Rio Grande do
Sul, um lugar muito distante da civilização. A família era formada por 11
filhos, 4 moças e 7 rapazes.
No
ano de 1939, quando iniciou-se a Segunda Guerra Mundial, Emanuel tinha 11 anos
e conta que naquela região falava-se somente o alemão, inclusive na escola.
Sua
família tinha conhecimento da guerra através da assinatura do jornal Correio do
Povo, pois não existia rádio. Algumas pessoas do lugarejo, no entanto, achavam
que a guerra era no Brasil, ou mesmo que moravam na Alemanha.
A
imprensa denegria a imagem dos alemães, comparando-os a animais ferozes e
desumanos, fazendo com que os próprios descendentes que residiam naquela
comunidade envergonhavam-se de ser alemães. Influência esta, passada pelos
judeus que, já naquela época eram os donos da imprensa, como hoje continuam
sendo.
Antigamente
na igreja aprendiam - os pérfidos judeus, que eram considerados inimigos da
humanidade, por serem muito egoístas.
Tiveram
conhecimento de pessoas que foram perseguidas, no entanto, comentava-se isso
com certo receio, pois podiam haver pessoas escutando embaixo dos porões,
correndo o risco de serem presas. O próprio padre de Santo Cristo fora preso,
amarrado e encheram sua boca de estopa. Mas não tinham conhecimento por parte
de quem estavam sendo presos e perseguidos, se eram pelos americanos, judeus ou
mesmo pelo governo brasileiro. Mas isso, não aconteceu especificamente no lugar
onde residia por ser mais retirado. Dessa fase em diante, não só na família
como na própria comunidade começou-se a incentivar o uso da língua portuguesa.
Segundo
ele, no começo da guerra o Brasil estava neutro, mas depois que o navio
brasileiro foi bombardeado, pelos americanos e não pelos alemães, para fazerem
com que o Brasil tomasse uma posição. E é claro, contrária a Alemanha.
Os
alemães foram massacrados e abrigados a fazerem guerra, pois alguns países
incitavam-os. Os polacos, principalmente, foram os incentivadores daquela
guerra, mas atrás deles existia o interesse de países como Inglaterra, Estados
Unidos e até os próprios judeus, que até hoje ainda estão brigando pelo mundo
afora.
Ressalta
porém, que ao final da guerra os americanos destruíram tudo, arrasaram com a
Alemanha, bombardearam o que não precisava, colocaram fogo matando milhares de
pessoas.
Em
visita recente a Alemanha, percebeu que o país fora totalmente reconstruído, não
restando nenhum resquício de guerra.
A
Alemanha tem potencialidade para governar um país muito maior, considerou o
país um paraíso, um capricho, pois lá não existem favelados, não existe
pobreza, nem desemprego, empregam ex-comunistas que vem trabalhar na Alemanha.
Lá as estradas são perfeitas, sem nenhum buraquinho e pertencem ao governo, não
se vê um fio de luz, é tudo subterrâneo, lá é tudo bonito. O povo alemão, na
verdade é um povo educado e amigo, Claro
que existem coisas ruins por lá, mas muito menos que aqui.
O
povo alemão é muito lutador, pois mesmo depois de duas guerras conseguiu
reerguer-se e tornar-se novamente uma potência mundial.
Sua
família, de origem alemã, moravam em terras russas. Seu pai, por ser filho de
camponeses obteve o direito de estudar, formou-se em medicina. Sua mãe era de
família mais abastada.
Em
1939, quando começou a guerra, os russos começaram a perseguir os alemães, o
que obrigou-os a tentarem voltar para a Alemanha.
Seus
dois tios foram recrutados pelo governo russo para participarem da guerra. Seus
pais e seus avós, venderam alguns bens para adquirirem cavalos, num total de 6
cavalos, colocaram seus bens em duas carroças e iniciaram sua fuga. Passaram
por maus momentos, principalmente por não saberem dos cuidados necessários com
cavalos, terminando a viagem somente com 3 cavalos.
Conseguiram
atravessar a fronteira e chegar até a Polônia, onde hospedaram-se em um
alojamento improvisado. Da Polônia conseguiram fugir em um trem de carga, onde
vários se amontoavam nos compartimentos de carga.
Ao
chegarem na Alemanha, conseguiram sua nacionalidade de alemães. Conta que sua
família não passou fome, esta acontecia mais nas grandes cidades. Por seu pai
ser médico, logo arrumou emprego e tinha uma casa de um cômodo para morar,
tinha também um irmão pequeno, graças a isso conseguiam leite e alimentos com
facilidade. Mas se ajudassem judeus seriam considerados traidores.
A
guerra já tinha tomado proporções alarmantes, por isso necessitavam de médicos
nos campos de batalhas, então mandaram seu pai para a Tchecoslováquia, onde
serviu 11 meses. Enquanto isso, os alemães começavam a recuar para a Baviera.
Com
a derrota dos alemães e a supremacia dos americanos, seu pai tornou-se um
prisioneiro de guerra, ficou preso 2 anos pelos americanos. E , seus dois tios
morreram na guerra.
Por
medo de uma nova guerra sua família foi morar no Paraguai, onde receberam uma
indenização pós-guerra, do governo alemão, o que facilitou muito a vida de sua
família. E, aos 18 anos veio para o Brasil.
“A
guerra fortificou-me, hoje sinto-me realmente nacionalizada, pois quando morava
na Rússia era alemã e, quando estava na Alemanha era russa”.
CONCLUSÃO
Os ideais e as causas que deram início a esse confronto internacional e, que até hoje, não são explicadas com clareza não conseguem justificar as dificuldades que passaram tão pouco o número de mortos, tanto de vencedores quanto de vencidos.
Mas
a grande verdade é que o povo alemão, retirou forças de onde não tinha para
reconstruir sua nação. Força inigualável que, apesar das dificuldades ainda
possibilita ajudar até, quem um dia ajudou a destruí-los.
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