As notícias sobre um estupro coletivo tomaram conta das redes sociais nesta semana. O que choca, além da atrocidade cometida pelos estupradores é a violência que a mulher sofre pelas mídias sociais após a notícia do estupro ser divulgado. Ela é culpada. Sua vida é escrachada a procura de algo para "justificar" a violência. E, por mais inacreditável que possa parecer as pessoas encontram justificativas.
Como no caso do estupro de uma menina de 17 anos que foi violentada por mais de 30 homens.
É apavorante como as "justificativas" aparecem e a vítima passa a ser culpada.
Veja na reportagem a seguir:
Fonte: Deu na TV
Veja como os diferentes meios de comunicação usam a linguagem para atenuar (ou não) o fato:
Depois de muitas leituras a respeito (não consegui ainda confirmar os fatos), mas percebi que a menina foi a polícia somente após outras pessoas terem denunciado o fato. O medo e o sentimento de culpa imperam. Em muitos casos, as vítimas de estupro acabam se suicidando. E, nas estatísticas o motivo do suicídio nem sempre é conhecido. Pois impera a lei do silêncio, não só da vítima, mas muitas vezes da própria família.
Muito se fala a respeito da cultura do estupro. Você sabe o que é? E como se configura?
A “cultura do estupro” é uma cultura onde a violência sexual é considerada norma – ou seja, onde as pessoas não são ensinadas a não estuprar, mas sim ensinadas a não ser estupradas. O termo foi usado pela primeira vez por feministas nos anos 70, mas tornou-se mais popular nos últimos anos, com mais sobreviventes compartilhando suas histórias.
Elementos da cultura do estupro:
1. Qualquer um pode ser um estuprador
2. A ideia de “estupro cinza”
3. “Não significa sim”
4. Culpabilização da vítima
5. Slut shaming
6. Assédio na rua
7. O mito da prevenção do estupro
8. Piadas de estupro
9. A “Friend Zone”
10. PUA (Pickup Artists)
11. Medo de denunciar
12. Falsas acusações de estupro
13. O poder da celebridade
14. A narrativa midiática do “futuro promissor”
15. Estupro de homens
16. Falta de atenção ao estupro em comunidades de minorias
A mídia internacional fez duras críticas à imprensa brasileira por não dar a devida importância aos fatos relacionados à violência contra a mulher.
Infelizmente, parece que falar sobre a violência que as mulheres sofrem na rua todos os dias é mimi. É exagero. Mas veja o relato de uma menina de 13 anos na página da atriz Monica Iozzi:
O relato dela, certamente, é o da maioria (se não todas) as mulheres. Nós, mulheres, vivemos em alerta constante. Temos cuidado com as roupas que usamos, o que falamos, como agimos, onde vamos. O tempo todo em alerta. E isso é muito cruel. Á noite, (evitamos andar sozinhas), mas se acontece algum imprevisto e precisamos mudar nossa rotina entramos em pânico. Isso é constante.
E esse medo não é a toa.
"Um estupro acontece a cada 11 minutos no Brasil, de acordo com o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cujos dados mais recentes são de 2014. Naquele ano, 47,6 mil pessoas foram vítimas do crime no país."
Fonte: El País
Veja o vídeo e reflita a respeito. Qual o nosso papel na propagação ou não da "cultura do estupro".
E as mulheres?
E além de todas as violências ainda temos que ver "defensores do povo" colocarem princípios religiosos acima dos direitos humanos.
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