Já tenho fama de "ser estranha", pois procuro sempre manter meus filhos longe de muitas coisas que não concordo e eu mesma procuro ficar longe do que acredito não me fazer bem.
Isso inclui pessoas também.
Mas muitas coisas representam status para a "sociedade moderna".
Por exemplo:
1. Comprar roupas e objetos de personagens.
Nunca comprei (minto, comprei do Pequeno Príncipe) camisetas, calçados ou alimentos com imagens de personagens de desenhos filmes etc. Se meus filhos tem ou usam é porque ganharam de alguém. Não compro, primeiro por custarem, em média, 20% a mais do valor do produtos "sem a marca" e, segundo por não querer que a ficção invadisse a vida real das crianças (tá, coisa de gente viajona)
2. TV aberta ou TV a cabo.
Em outros tempos não tinha opção e só tinha acesso a TV aberta.
Atualmente, no lugar onde moro, construíram um mega prédio e nem sinal da TV aberta tem (nem vamos falar da qualidade do que é veiculado na TV aberta). Então TV a cabo seria uma das - únicas - opções de entretenimento.
Contudo, com criança pequena em casa TV a cabo não é uma opção animadora, pois a bomba de propagandas que os pequenos recebem e o tanto de "trabalho" que temos para desmitificar a que os comerciais apontam como "verdade, saudável, seguro e que faz bem"é desanimador.
Com meu filho mais velho fiz tudo isso. Lutei bravamente contra cada comercial apelativo veiculado nos canais da TV a cabo.
Luta que com o segundo filho não estava disposta a travar.
Eis que surge a NETFLIX, acredito que o consolo de muitas mãe e pais.
Quase a oitava maravilha do mundo: sem comerciais e com a possibilidade de criar um perfil para a criança. Ir ao supermercado - tirando a influência dos amigos e da escola - tornou-se um sossego. Nem precisava ir com o discurso anti-consumista na ponta da língua.
3. Procurar ter uma alimentação saudável (a medida do possível)
Virei até motivo de piada de alguns amigos por andar com frutas na bolsa.
Certa vez, estávamos no shopping e meu filho disse que estava com fome. Abri a bolsa e dei a ele uma banana.
As pessoas que nos acompanhavam riram e falaram:
"Tinha que ser mané, mesmo. Pra vir comer banana no shopping. Por que não trouxe um pacote de bolacha recheada?"
Ia responder de modo grosseiro, mas me contive e questionei:
"Que alimento saudável posso comprar aqui na praça de alimentação que seja saudável e que possa dar a uma criança de um ano e meio?" e continuei:
"Aposto que se tivesse um pacote de bolacha recheada e uma caixinha de achocolate não causaria espanto..." E fiz cara de quem não gostou do comentário.
O assunto acabou por ali. Mas me fez pensar... E muito sobre o que é "correto" e o que é "apresentável"...
Em nada, os comentários interferiram na minha maneira de pensar. Pelo contrário, reforçaram a ideia de que estava certa.
Nem sei mais quantas vezes, deixamos o shopping para fazer uma refeição adequada às crianças, como no post que publiquei a um tempo:
Logicamente, que não é possível resistir o tempo todo. Há situações que não podemos fugir de bolachas, sucos etc.
Mas "resistir" não é fácil. é uma luta desleal contra o marketing, os produtos industrializados e a própria concepção da sociedade do que é saudável.
Comer uma banana é risível e bolacha recheada é status.
Hehehe! Fico feliz de provocar risos nos outros...como muita banana em público!
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